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Mãe de adolescente que morreu por uso de vape desabafa: 'mais quantas mães vão chorar pelos filhos?'

Padrasto teve um infarto ao visitar enteado e acabou morrendo um dia antes do adolescente

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 10:14

Angélica perdeu o marido um dia antes da morte do filho
Angélica perdeu o marido um dia antes da morte do filho Crédito: Reprodução

O atestado de óbito indicou que o adolescente Vitor da Silva, 16 anos, não resistiu a complicações causadas pelo uso de cigarro eletrônico. O padrasto dele, João Gonçalves, 55, teve um infarto ao visitar o enteado no hospital, em Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, e acabou morrendo um dia antes do adolescente.

Viúva e mãe de Vitor, Angélica da Silva só soube durante a internação que o filho estava usando cigarros eletrônicos há dois meses. O atestado de óbito do jovem foi emitido na tarde de quinta-feira (27) e revelou que ele teve sepse de foco pulmonar e insuficiência respiratória aguda por tabagismo com uso de cigarro eletrônico. As informações são do G1.

[Edicase]O uso de cigarro eletrônico pode prejudicar a saúde do pulmão (Imagem: WindNight | Shutterstock) por

"Esse cigarro eletrônico pode parecer inofensivo, mas ele acabou com a minha família em dois dias, perdi meu filho e perdi meu marido. [...] É uma modinha, só que mais quantas mães vão chorar pelos filhos por causa disso?", lamentou Angélica. Os primeiros sintomas que Vitor apresentou foram vômitos e dor de garganta. Com isso, ele foi levado ao Hospital Nossa Senhora da Saúde no sábado (22). Na unidade, os médicos perceberam que os rins do jovem estavam falhando, que havia uma infecção no pulmão e que seria necessário interná-lo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Norte Pioneiro.

"O médico falou que esse machucado que ele estava na garganta foi o cigarro eletrônico, que conforme você vai fumando, ele vai machucando, causando essa ferida na garganta", contou a mãe do adolescente. Segundo ela, Vitor teve bronquiolite até os dois anos. Uma das médicas explicou para a mãe, que o problema de saúde se tornou um fator de risco para o jovem e também contribuiu para a gravidade do caso.

Desde 2009, esses dispositivos não podem ser vendidos no país. Apesar disso, são facilmente encontrados no comércio ou online. Em abril de 2024, diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram, por unanimidade, manter proibida a comercialização no Brasil dos cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes.

Para embasar a discussão, a agência elaborou um relatório que avaliou o impacto no país da proibição nos últimos anos, e considerou alguns pontos como o aumento do fumo entre os jovens, potencial de dependência, ausência de estudos no longo prazo e impactos na política de controle do tabaco.

Pesquisas indicam que uma a cada cinco adolescentes já experimentou algum tipo de cigarro eletrônico e que essa experimentação pode levar à dependência de nicotina e ao uso de outros produtos de tabaco. A pesquisa mostrou ainda que o uso é mais comum entre pessoas de maior renda e escolaridade. Durante o uso, o usuário inala substâncias tóxicas como formaldeído, acroleína, diacetil e metais pesados (como cobre, níquel, chumbo e zinco). Essas substâncias podem causar danos aos pulmões, coração e outros órgãos.