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Carol Neves
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 09:26
A médica Samira Mendes Khouri, de 27 anos, decidiu cobrir uma tatuagem que tinha feito em homenagem ao ex-namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia. As marcas, um beijo e o nome dele no antebraço, haviam sido feitas por imposição do suspeito como “prova de amor”. Hoje, essas lembranças trazem ansiedade à jovem, que descreve o homem que a agrediu como um “monstro”.>
“Eu nunca tive dúvidas que eu queria fazer alguma coisa com essa tatuagem, não sei, remover ou tampar e cobrir. Eu via o ‘Pedro’ já começava a me dar ansiedade”, afirmou Samira em entrevista ao portal Terra. O novo desenho, com borboleta e flores, foi feito por uma tatuadora que se ofereceu para criar o projeto gratuitamente.>
Samira foi agredida por fisiculturista
O relacionamento, que durou dois anos, era marcado por ciúmes constantes. Apesar de Pedro não ter sido agressivo fisicamente até o ataque, ele frequentemente socava paredes e objetos, além de demonstrar hostilidade com outros homens que observavam Samira. “Tudo que eu fazia, era com ele. Se a gente fosse para a academia e algum personal falasse comigo, aí pronto, eu sabia que a culpa ia ser minha. Às vezes tínhamos que ir embora de barzinhos ou até da orla da praia por causa do ciúme dele”, relata a médica.>
Em julho deste ano, a violência se intensificou. Pedro espancou Samira por cerca de seis minutos, deixando-a com fraturas em várias partes do corpo, além de ferimentos graves nos olhos, nariz, arcada dentária e seios da face. A brutalidade da agressão quebrou inclusive a mão do suspeito. A intervenção de vizinhos, que chamaram a Polícia Militar, salvou a vida da jovem, que foi encontrada desacordada, ensanguentada e desfigurada em seu apartamento em Moema, São Paulo. Ela passou vários dias na UTI e segue se recuperando em casa, no interior do estado. “Cheguei no hospital com as plaquetas em 80 mil, e eu tinha 450 mil. Nunca tive anemia, nunca tive nada. Se não tivessem chamado a polícia, eu não estaria viva”, contou.>
Pedro Camilo Garcia foi preso em 14 de julho em Santos, após fugir do local do crime. Câmeras de segurança registraram sua saída do prédio às 4h29, carregando objetos, e a identificação do carro pelo monitoramento da PM levou à sua captura. Ele confessou a agressão aos agentes, alegando ter reagido a mensagens de outro homem encontradas no celular da médica. Samira, porém, contesta a versão: Pedro havia utilizado seu aparelho nos três dias anteriores e tinha todas as senhas, tornando impossível qualquer conversa secreta.>
O suspeito se tornou réu por tentativa de feminicídio após denúncia do Ministério Público em 1º de agosto. Durante a prisão, ele foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento Central devido às lesões que sofreu na mão e no punho enquanto atacava a vítima.>