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Médica se fingiu de morta para escapar de espancamento do namorado fisiculturista: 'Senti a vida indo embora'

Ataque brutal durou cerca de seis minutos e deixou ossos da face da vítima destruídos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 09:34

Samira Khouri e Pedro Camilo Garcia
Samira Khouri e Pedro Camilo Garcia Crédito: Reprodução

A médica Samira Khouri, de 27 anos precisou se fingir de morta durante um espancamento cometido pelo namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia, de 24. O crime aconteceu na madrugada de 14 de julho, em um apartamento alugado no bairro de Moema, em São Paulo. O casal morava em Santos, no litoral, mas viajou à capital para comemorar o aniversário dela. Samira sofreu múltiplas fraturas no rosto e perdeu 50% da visão de um dos olhos. "Senti a vida indo embora". 

Segundo Samira, as agressões começaram após Pedro ter uma crise de ciúmes durante uma balada LGBTQIA+ que os dois frequentaram. Ao G1, a médica contou que eles só perceberam se tratar de um evento voltado ao público LGBTQIA+ ao chegar ao local, mas decidiram permanecer e acabaram conhecendo três rapazes, entre eles um solteiro que, segundo ela, deixou claro ser gay. Mesmo assim, o comportamento de Pedro mudou.

"Ficamos eu e mais três meninos, era um casal e um amigo deles também era gay. Ficamos quase a balada inteira juntos", contou Samira em entrevista à TV Globo. "Pedro ficou exaltado, quis começar a brigar e os seguranças tiraram ele da balada", acrescentou. 

Samira Khouri por Reprodução

O fisiculturista teria se irritado ao ver a médica conversando com o rapaz e, mesmo com explicações de que não havia interesse, Pedro se exaltou e foi expulso do local pelos seguranças. Samira voltou sozinha ao apartamento. Pouco tempo depois, Pedro apareceu e iniciou o espancamento e Samira desmaiou. "Quando eu acordei (após perder os sentidos), ele ainda estava me batendo. Ele deu 12 socos quando eu acordei". Nesse momento, a médica ficou imóvel para fingir que estava sem vida e ver se o agressor parava. 

A agressão durou cerca de seis minutos. A vítima só foi socorrida porque um vizinho ouviu os gritos e acionou a Polícia Militar. Samira foi internada com múltiplas fraturas no rosto, tendo passado por cirurgias no nariz, olhos, arcada dentária e seios da face. Ela recebeu alta no dia 27 de julho e agora está sob cuidados da família, ainda emocionalmente abalada e com sequelas físicas significativas. 

"Durante as agressões, o Pedro quebrou todas as estruturas que seguram meu globo ocular, além de vários ossos da minha face, principalmente do lado esquerdo", disse a médica. "Eu tive que colocar também placas de titânio onde houve fraturas na minha face. Esse lado esquerdo está com várias placas para estabilizar as fraturas. Tive a maioria dos ossos do nariz quebrados".

A advogada da médica, Gabriela Manssur, relatou que a jovem precisará de novas cirurgias. "Ainda apresenta intenso abalo emocional, intensas sequelas físicas e, obviamente, passará ainda por algumas outras cirurgias reparadoras que serão avaliadas no decorrer do seu desenvolvimento", afirmou.

Outra versão

Já a versão apresentada por Pedro à polícia foi diferente. De acordo com a delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, ele alegou ter visto conversas íntimas e fotos no celular da ex-namorada. "Ele teria visto no celular da vítima conversas com um rapaz e, ao mesmo tempo, encaminhamento de nudes para esse rapaz", declarou a delegada em entrevista à TV Tribuna.

Após o crime, Pedro fugiu para Santos, onde foi preso pela Polícia Militar na Avenida Presidente Wilson, bairro José Menino. Imagens do sistema de monitoramento da prefeitura auxiliaram na detenção. Ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça e segue detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.

A defesa do acusado, representada pelo advogado Eugênio Malavasi, afirmou que só irá se manifestar "no momento processual oportuno". Ainda segundo o advogado, um novo pedido de habeas corpus será protocolado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a intenção de substituir a prisão por medidas cautelares.