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Tharsila Prates
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 19:30
O escritor Milton Hatoum foi eleito nesta quinta-feira (14) para a Academia Brasileira de Letras (ABL), para ocupar a cadeira de nº 6, sucedendo o escritor e o jornalista Cícero Sandroni, que morreu em junho deste ano. Hatoum foi escolhido por 33 dos 34 votos possíveis. O pernambucano Antônio Campos recebeu um voto. >
Além de romancista, Hatoum, natural de Manaus (AM), é contista, ensaísta, tradutor e professor universitário. Em 1989, seu primeiro romance, Relato de um certo Oriente, publicado pela Companhia das Letras, ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Romance e foi adaptado para o cinema com o filme de mesmo nome e direção de Marcelo Gomes.>
Na disputa da vaga, estavam inscritos: Angelos D'Arachosia, Antônio Campos, Cezar Augusto da Silva, Eduardo Baccarin-Costa e Paulo Renato Ceratti.>
O presidente da ABL, Merval Pereira, disse que ele é o maior escritor brasileiro vivo e um romancista de primeira ordem. "Vai ser muito útil para a gente, já colabora muito com a Revista Brasileira, agora vai ter a oportunidade de colaborar mais ainda.">
O Acadêmico Ruy Castro comemorou a eleição de Hatoum: "Grande contribuição, grande romancista, representante de uma geração de ficcionistas. A Academia sempre teve gente de diversas origens, de todos os lugares, como João do Rio, Pedro Lessa. É uma geração mais jovem que está chegando e tem uma grande contribuição a dar.">
Miriam Leitão, que pela primeira vez participou de uma eleição na ABL, disse que Hatoum é um grande romancista, de primeira grandeza e categoria da literatura brasileira. "Chega trazendo todos os ecos do Brasil. Um Brasil que vem da Amazônia. A literatura dele é riquíssima, belíssima", disse ela.>
Para Lilia Schwarcz, Milton Hatoum vem para contribuir demais com a ABL. "Pessoa que vem do norte, da Amazônia - o apelido dele é Manaus. Pessoa fundamental, que tem uma voz cidadã, uma voz ética. Ele é literatura, faz literatura, vai às escolas falar de literatura. Teve uma votação muito representativa." >