Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Yan Inácio
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 10:36
O professor Lucas Antônio de Lacerda, de 38 anos, foi executado com nove tiros no dia 15 de setembro, por volta das 14h, no bairro Ipiranga, em São José. A Polícia Militar encontrou o carro da vítima com várias marcas de disparos no para-brisa e o corpo dentro do veículo.>
Segundo a investigação da Polícia Civil, a execução teve como motivação uma vingança relacionada a um acidente de trânsito em 2024, que resultou na morte de um motociclista. O principal suspeito é o pai da vítima do acidente, de 45 anos. A morte da esposa do suspeito, ocorrida dois dias antes do crime, teria sido o estopim para o ataque. “Seria mais um possível gatilho que desencadeou o fato, aliado com esse inconformismo com a morte do filho”, declarou o delegado Abel Bovi.>
Professor foi morto a tiros
O sobrinho do suspeito, de 24 anos, com condenação anterior por homicídio, também teria participado do crime. O tio é apontado como autor dos disparos. Ambos foram presos e vão responder por homicídio qualificado por motivo torpe e por recurso que dificultou a defesa da vítima.>
Nesta semana, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão para investigar se o crime foi planejado, incluindo celulares e equipamentos que podem indicar aquisição da arma ou monitoramento da vítima. Até o momento, a arma e o veículo usados na execução não foram localizados.>
Família defende inocência e lembra legado do professor>
Nove dias após o assassinato, a família de Lucas divulgou uma nota à imprensa destacando seu lado humano e defendendo sua inocência no acidente que teria motivado o crime. Lucas, conhecido como “Professor Luquinha”, era mestre em Linguística pela UFSC e coordenador de uma escola preparatória para vestibulares.>
Ele deixou um filho de 10 anos e dois cães, descritos como seus “fiéis companheiros”, e era torcedor apaixonado do Santos Futebol Clube. “Sua história de superação, amor à educação e generosidade permanecerá viva na memória de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo”, afirmou a nota.>
A família também citou trechos do inquérito, que concluiu não haver culpa do professor no acidente. “No presente caso, após análise detida dos elementos probatórios colhidos ao longo da investigação, não se verificou a presença de culpa (negligência, imprudência ou imperícia) por parte do condutor […]”, diz o texto.>