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Carol Neves
Publicado em 21 de abril de 2025 às 15:39
O namorado de Bruna Oliveira da Silva, estudante de mestrado encontrada morta na Zona Leste de São Paulo, descreveu os últimos momentos antes de seu desaparecimento. Igor Rafael Sales, com quem ela mantinha um relacionamento há três meses, contou que Bruna passou o fim de semana em sua casa no Butantã e que, no domingo (13), decidiram que ela voltaria de transporte público devido à chuva e ao alto custo de aplicativos de carro. >
Igor costumava levar Bruna de moto para casa. "Eu ia levar ela, mas começou a chover, e não queria que ela tomasse chuva porque Itaquera é muito longe. Ela decidiu que iria de metrô. Deixei ela na estação e me despedi", explicou, em entrevista ao G1. Câmeras de segurança registraram Bruna saindo do Terminal Metrô Itaquera por volta das 22h, quando avisou que perderia o ônibus e faria o restante do trajeto a pé. >
Mesmo com o celular com pouca bateria, os dois mantiveram contato. "Mandei dinheiro para ela pegar um Uber, mas ela disse que esperaria o preço baixar. Depois de 10 minutos sem resposta, liguei várias vezes, mas ela não atendeu", relatou. Preocupado, Igor foi ao terminal no dia seguinte em busca de informações, mas não obteve respostas. >
Quatro dias depois, o corpo de Bruna foi encontrado em um estacionamento na Avenida Miguel Ignácio Curi, apenas com roupas íntimas e marcas de agressão. A família a identificou por meio de tatuagens no Instituto Médico Legal (IML). >
Bruna cursava mestrado em Mudança Social e Participação Política na USP e era mãe de um menino de 7 anos. Sua mãe, Simone, destacou seu ativismo feminista: "Ela lutava contra a violência de gênero e morreu da forma que mais temia". O pai lembrou seu jeito bondoso: "Ela não via maldade nas pessoas e sempre queria ajudar". >
O Departamento de Homicídios (DHPP) investiga o caso. A Secretaria de Segurança Pública afirmou, em nota, que as apurações seguem para "esclarecer totalmente os fatos". Câmeras de segurança mostram Bruna em parte do trajeto, mas desaparecendo antes de chegar em casa. A polícia busca imagens adicionais que possam revelar o momento em que foi abordada.>