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Estadão
Publicado em 14 de setembro de 2025 às 14:08
Em um artigo publicado neste domingo no site do jornal americano The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusa o governo dos Estados Unidos de tentar garantir "impunidade" para o ex-presidente Jair Bolsonaro por meio da aplicação de tarifas contra produtos brasileiros e de sanções da Lei Magnitsky. Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão na última quinta-feira, 11, por tentativa de golpe de Estado. >
"O governo dos Estados Unidos está usando as tarifas e a Lei Magnitsky para buscar impunidade para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que orquestrou um golpe de Estado malsucedido em 8 de janeiro de 2023, em um esforço para subverter a vontade popular expressa nas urnas", diz o artigo. "Estou orgulhoso da Suprema Corte brasileira pela sua decisão histórica de quinta-feira, que salvaguarda nossas instituições e o Estado democrático de direito.">
Dirigindo-se diretamente ao presidente dos EUA, Donald Trump, Lula diz que o País está aberto a negociar quaisquer coisas que tragam benefícios mútuos para os países. "Mas a democracia e a soberania brasileira não estão na mesa", escreve Lula, repetindo que não há razões econômicas para impor tarifas contra o Brasil>
O brasileiro ainda endereça diversos pontos levantados pelas autoridades americanas na aplicação das sanções e no lançamento de uma investigação sobre práticas comerciais do País.>
Lula nega que o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tenha sido uma "caça às bruxas", termo usado pelo presidente americano, Donald Trump, na carta que anunciou as tarifas de 50%. Na quinta-feira, após o STF formar maioria para condenar Bolsonaro, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, usou o mesmo termo ao dizer que os EUA responderão adequadamente a "essa caça às bruxas".>
O presidente brasileiro lembra que as investigações sobre a tentativa de golpe no País revelaram um plano para assassinar a ele, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro do STF Alexandre de Moraes.>
Lula também diz que alegações de que o Brasil teria práticas injustas no comércio digital e em serviços de pagamentos eletrônicos, por supostamente priorizar o Pix, não têm base. "Ao contrário de ser injusto com os operadores financeiros dos EUA, o sistema digital de pagamentos brasileiro, conhecido como Pix, permitiu a inclusão financeiras de milhões de cidadãos e empresas. Não podemos ser penalizados por criar um mecanismo rápido, gratuito e seguro que facilita as transações e estimula a economia", diz o brasileiro.>
"O governo Trump também acusou o sistema judiciário brasileiro de mirar e censurar empresas de tecnologia americanas. Essas alegações são falsas. Todas as plataformas digitais, domésticas ou estrangeiras, estão sujeitas às mesmas leis no Brasil. É desonesto chamar a regulação de censura, especialmente quando o que está em jogo é a proteção das nossas famílias contra fraudes, desinformação e discurso de ódio", escreve o presidente, lembrando também da redução do desmatamento no seu mandato.>