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Tharsila Prates
Publicado em 16 de agosto de 2025 às 13:01
Restaurantes e quiosques de Belém (PA), capital que sediará em novembro a 30ª edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 30), não poderão oferecer o açaí - produto típico da Amazônia - durante os dias do evento. >
E a proibição não vale só para o açaí. Também estarão proibidos o tucupi e a maniçoba - outros produtos tradicionais da região. >
A regra, que foi divulgada nessa sexta-feira (15) pelo Agro Estadão, consta em um documento da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), que fez um acordo com o governo federal e é a responsável por fazer as contratações para o evento em Belém.>
De acordo com o edital, esses alimentos trazem alguma forma de risco. O açaí tem “risco de contaminação por Trypanosoma cruzi [causador da doença de Chagas], se não for pasteurizado”. Mas todos os tipos de açaí estão proibidos.>
Contraditoriamente, a orientação para os operadores dos restaurantes e quiosques é dar prioridade a alimentos regionais. Ao menos 30% dos ingredientes contidos nos cardápios devem ser locais ou sazonais. Mas os estabelecimentos também deverão estar atentos, pois outros itens foram proibidos de serem servidos durante a COP30, como maionese, ostras cruas e carnes mal passadas, sucos de fruta in natura, doces caseiros, leite cru e gelo artesanal ou não industrializado. >
Entre restaurantes, quiosques e áreas privativas de comida, a COP de Belém terá 87 estabelecimentos, sendo 50 na Blue Zone e 37 na Green Zone. A comercialização e fornecimento dos pratos, lanches e bebidas poderão ser feitos entre os dias 3 e 28 de novembro. Belém receberá cerca de 50 mil pessoas e centenas de chefes de Estado.>
Procurada pela reportagem do Estadão, a OIE respondeu que “segue diretrizes técnicas rigorosas” e as restrições colocadas aos alimentos são para “assegurar a saúde” dos participantes.>