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PCC amplia atuação global, chega a 28 países e se infiltra em presídios em quatro continentes, aponta MP

Relatório é apresentado no exterior com o objetivo de fortalecer a cooperação internacional no enfrentamento ao crime organizado

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 24 de junho de 2025 às 13:44

PCC
PCC Crédito: Arquivo/Agência Brasil

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) ampliou significativamente sua atuação internacional e já está presente em ao menos 28 países, conforme aponta um mapeamento inédito elaborado pelo Ministério Público de São Paulo. O documento, divulgado pela GloboNews e portal G1, detalha como o grupo tem se infiltrado em prisões estrangeiras para fortalecer sua rede de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro, além de recrutar novos integrantes.

O relatório tem sido apresentado a representações diplomáticas brasileiras no exterior com o objetivo de fortalecer a cooperação internacional no enfrentamento ao crime organizado transnacional. A atuação da facção se estende por quatro continentes e, segundo autoridades, o grupo não tem utilizado os países estrangeiros apenas para operações pontuais, mas também para fixação de residência e estruturação de bases criminosas.

"O maior perigo do PCC é a sua origem prisional, onde eles têm poder de organização e de ideologia, uma disciplina muito rígida e que se dissemina muito fácil no sistema prisional. Esse é o maior perigo para os países europeus da presença do PCC, mas eles estão também aprendendo com os europeus, sobretudo com os italianos: na distribuição de drogas, no envio do dinheiro sem que ele circule em termos formais", afirmou o promotor de Justiça Lincoln Gakiya.

A pesquisa do Ministério Público se baseia em informações de inteligência obtidas com o monitoramento de integrantes que compõem as chamadas "Sintonia dos Estados" e "Sintonia dos Países", setores da facção responsáveis por acompanhar sua expansão fora de São Paulo e do Brasil. O trabalho incluiu a quebra de sigilos telefônicos e telemáticos e o intercâmbio de dados com autoridades internacionais.

Atualmente, os países com maior concentração de membros da facção fora do Brasil estão na América do Sul e na América Latina. Paraguai, Venezuela, Bolívia e Uruguai são os principais pontos de apoio para o tráfico de drogas e armas, especialmente pela proximidade geográfica e pela produção de cocaína, principal mercadoria exportada pelo grupo para a Europa.

A presença prolongada do PCC nesses países não é recente. A atuação dentro de presídios no Paraguai, por exemplo, já causou episódios violentos, como a rebelião na penitenciária de San Pedro, em 2019, que terminou com dez detentos mortos e outros doze feridos. 

Criado em 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, no interior de São Paulo, o PCC surgiu com menos de dez membros após o Massacre do Carandiru, em 1992. A facção se consolidou como uma das maiores do Brasil, com forte estrutura organizacional, e hoje reúne aproximadamente 50 mil integrantes, de acordo com o Ministério Público paulista. O grupo movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano, com foco no tráfico internacional, e mantém influência em presídios de 24 estados brasileiros — com exceção apenas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

"Eu não conheço nenhuma organização criminosa no mundo, que seja mais eficiente, no que diz respeito ao controle territorial dentro do sistema prisional, do que PCC", afirma o promotor Lincoln Gakiya.