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PCC usou mais de 60 motéis em nomes de laranjas para lavar R$ 450 milhões

Nova operação do MP deflagrada nesta quinta-feira (25) mira o esquema do Primeiro Comando da Capital (PCC)

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Yan Inácio

  • Estadão

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 15:27

Operação deflagrada pelo MP nesta quinta-feira (25)
Operação deflagrada pelo MP nesta quinta-feira (25) Crédito: Divulgação/Receita Federal

O Primeiro Comando da Capital (PCC) usou uma rede de mais de 60 hotéis e motéis com unidades em cidades de São Paulo para lavar dinheiro. Segundo a investigação do Ministério Público (MP) e da Receita Federal, os estabelecimentos em nomes de “laranjas” movimentaram R$ 450 milhões entre 2020 e 2024.

Um dos investigados possui procuração de mais de 200 empresas do ramo de posto de combustível junto à Receita Federal. Uma nova operação do MP deflagrada nesta quinta-feira (25) mira o esquema do PCC em exploração de jogos de azar e comércio de combustíveis adulterados. São cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em 35 endereços.

De acordo com o MP, a fintech, por meio da qual a organização criminosa movimenta milhões de reais, é a mesma utilizada pelos alvos da Operação Carbono Oculto, realizada em 28 de agosto.

"Quando foi desmontado um intrincado esquema colocado em prática por organizações criminosas investigadas de participação fraudulenta no setor de combustível, com infiltração de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), lesando não apenas os consumidores que abastecem seus veículos, mas toda uma cadeia econômica", disse o órgão estadual.

Conforme o MP, as investigações começaram com a apreensão de máquinas de cartão em jogos ilegais em Santos, ligadas a postos de combustíveis. Análises financeiras mostraram que os valores eram enviados para uma fintech, usada para esconder a origem e destino ilegais do dinheiro.

"Com o aprofundamento das investigações, foi possível identificar uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na movimentação dos valores ilícitos", disse o MP.

Vínculos também foram descobertos entre a organização criminosa e empresas de hotelaria, postos de combustível e instituições de pagamento, que mantinham contabilidades paralelas para dificultar o rastreamento dos recursos financeiros, de acordo com a investigação.

Operação Carbono Oculto

Em 28 de agosto, o MP e a polícia realizaram a maior operação já deflagrada contra a infiltração do crime organizado na economia formal do País. A ação teve como alvo empresas, corretoras e fundos de investimentos situados na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País.

De acordo com as autoridades, a principal instituição de pagamentos investigada, a BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas. Em nota, na época, o BK Bank informou que foi surpreendido com a operação e que "conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance".

As investigações apontaram para uma dezena de práticas criminosas, desde crimes contra a ordem econômica, passando por adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro - inclusive do tráfico de drogas -, além de fraude fiscal e estelionato.

Os acusados teriam obtido parte do domínio da cadeia produtiva do etanol, da gasolina e do diesel por meio da associação de dois grupos econômicos e por suas ligações e com operadores suspeitos de lavar dinheiro para o líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Na ocasião, o advogado Bruno Ferullo Rita, que representa Marcola, disse que não tomou conhecimento das acusações, mas negou "qualquer participação ou envolvimento dele com os fatos investigados". Colaborou Marcelo Godoy