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Perla Ribeiro
Publicado em 17 de junho de 2025 às 10:46
Imagine a cena: o motorista para o carro diante de um semáforo amarelo piscando — sinal de atenção. Ele cumpre sua obrigação como cidadão, respeitando as leis de trânsito. Mas, naquele instante, não é a multa que o preocupa. É o medo. Cercado por dezenas de veículos, ele se sente vulnerável, tenso, imaginando o pior. Essa é a realidade silenciosa de muitos motoristas nas grandes cidades brasileiras: o trânsito que deveria ser apenas um desafio de mobilidade se transforma, também, em um espaço de insegurança. Realidade refletida nos dados levantados pela pesquisa nacional do Instituto Datafolha 2025, realizada de 1º a 3 de abril de 2025, com 3.054 entrevistados em todo o Brasil, distribuídos em 172 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou menos, dentro do nível de confiança de 95%.>
Quatro em cada dez (39%) brasileiros têm muito medo de serem assaltados quando param com o carro no semáforo, 30% declaram ter um pouco de medo, 28% não têm medo e, 4% não costumam estar nessa situação. O índice de muito medo se destaca entre as mulheres (46%, ante 31% entre os homens), entre os que têm 60 anos ou mais (49%, ante 24% entre os que têm 16 a 24 anos), entre os que possuem menor escolaridade (48%), entre os que têm renda familiar de até 2 salários mínimos (45%, ante 29% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos), entre os que residem em regiões metropolitanas (47%, ante 34% entre os moradores do interior), e entre os moradores da região Nordeste (46%, ante 24% entre os moradores da região Sul). Enfim, independentemente de recortes de categorias, o que fica evidente é o medo instalado dentro do carro.>
O estudo também revela que ser vítima de sequestro é sempre um motivo de preocupação de 23% dos brasileiros, para 3%, é frequente, para 13%, às vezes, para 16%, raramente, 44% nunca têm essa preocupação, e 1% não quiseram opinar. Se destacam entre os que sempre possuem a preocupação de ser vítima de sequestro: as mulheres (29%, ante 16% entre os homens), os mais velhos (30%), os menos escolarizados (30%), e entre quem tem renda familiar de até 2 salários mínimos (28%, ante 13% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos).>
A pesquisa mostra que 58% dos brasileiros, com 16 anos ou mais, avaliam que a criminalidade em sua cidade aumentou nos últimos doze meses. Já, 25% consideram que a criminalidade não mudou, 15% que diminuiu, e 2% não opinaram. A percepção de que a criminalidade em sua cidade aumentou é maior entre as mulheres do que os homens (62%, ante 52%), entre os moradores da região Sudeste (64%), entre os que moram no Estado de São Paulo (64%), entre os que residem em regiões metropolitanas (66%, ante 51% entre os que moram em cidade do interior).>
Questionados sobre a percepção da criminalidade em seu bairro, 41% avaliam que aumentou nos últimos doze meses, para 38%, não houve mudanças, para 19%, diminuiu e 2% não opinaram. A percepção do aumento da criminalidade no bairro de moradia é maior entre os moradores da região Sudeste (46%), entre os moradores do Estado de São Paulo (46%), entre os que residem nas regiões metropolitanas (52%).>