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Agência Brasil
Publicado em 17 de setembro de 2014 às 02:27
- Atualizado há 3 anos
O coronel Rogério Leitão é o novo chefe do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio. Ele foi designado para substituir o coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, preso pela Operação Amigos S.A..No novo posto, o coronel Leitão responderá pelas unidades de elite da corporação, como o Batalhão de Operações Especiais, o Batalhão de Choque e o Batalhão de Ações com Cães, além do Grupamento Aero-marítimo, que tem sob sua responsabilidade os helicópteros e as lanchas de patrulhamento.A Operação Amigos S.A. foi desencadeada para prender uma quadrilha formada por 24 policiais militares do 14° BPM, em Bangu. Entre eles, os integrantes do Estado-Maior, que exigiam pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão.>
Foi uma ação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, da Secretaria de Segurança Pública e da Corregedoria-Geral da Polícia Militar.Coronel Rogério Leitão é o novo chefe do COE (Foto: Divulgação / Polícia Militar)A denúncia do Ministério Público contra os policiais presos informa que a partir de 2012 os envolvidos e mais 80 pessoas, entre os quais agentes da 34ª Delegacia Policial, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial e PMs reformados praticavam diversos crimes de concussão (extorsão praticada por servidor público) na área de atuação do 14° BPM.De acordo com o documento, baseado em depoimentos de testemunhas, diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial e documentos, que compõem mais de 20 volumes de inquérito, “o 14° BPM foi transformado em um balcão de negócios, por uma sociedade empresária S.A”.Segundo o Ministério Público, os “lucros eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo, sendo que a principal parte da propina era repassada para a denominada 'administração', ou seja, para os oficiais integrantes Estado-Maior, que detinham o controle do 14º BPM, o controle das estratégias, o controle das equipes subalternas e o poder hierárquico”.>