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Da Redação
Publicado em 28 de março de 2013 às 20:13
- Atualizado há 2 anos
Estadão ConteúdoAtualizada às 20h15A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) anunciou nesta quinta-feira a adoção de racionamento de água a cada 24 horas, a partir da semana que vem, em pelo menos 30 municípios cearenses castigados pela pior seca dos últimos 40 anos no Nordeste. A reunião que decidiu pelo racionamento foi comandada pela Agência Nacional de Águas (ANA), que, a pedido da presidente Dilma Rousseff, vem debatendo o assunto nos Estados nordestinos. O encontro, que serviu para avaliar os sistemas de abastecimento em todo o Ceará, teve a participação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), do Serviço Ecológico do Brasil, Fundação Nacional de Saúde, Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará. O racionamento será por tempo indeterminado. Segundo o Comitê Integrado de Combate à Seca do Estado, o nível de armazenamento de água no Ceará hoje está abaixo de 25% da capacidade. Nas cidades onde haverá racionamento, a Cagece informou que vai orientar para um consumo responsável, com restrições ao fornecimento. A proposta aprovada é que o racionamento funcione em ciclos de 24 horas - um dia com água e outro sem, sucessivamente. A restrição no fornecimento de água tratada vai atingir de imediato os moradores das zonas urbanas de cidades da região dos Inhamuns e do Sertão Central. Outras localidades também estão sob ameaça de racionamento, como a região metropolitana de Fortaleza. Nesta quinta, quase 3 milhões de usuários já ficaram sem abastecimento em Fortaleza, Maracanaú, Eusébio e parte de Caucaia, para que a Cagece pudesse executar serviços de manutenção na estação de tratamento que abastece essas quatro cidades. A população foi orientada a reservar água em baldes para as atividades domésticas. Durante a suspensão do abastecimento, a Cagece pede que a água seja consumida de forma racionada. Problema regionalO cenário é semelhante em outros Estados nordestinos. A estiagem está afetando a produção de gado - estima-se perda de 20% do rebanho por causa da seca - e de mandioca para fabricação de farinha e goma para tapioca, muito utilizada na culinária regional. A produção de farinha de mandioca no Nordeste caiu mais de 50%, o que levou a um aumento de 100% do preço do produto em comparação com o ano passado.O Piauí, um dos Estados nordestinos mais afetados pela seca, ainda tem 184 dos seus 224 municípios em situação de emergência, sendo abastecidos por meio de carros-pipa ou poços montados pela Secretaria Estadual de Defesa Civil. >
Segundo o secretário de Defesa Civil, Ubiraci Carvalho, quase 200 mil pessoas ainda estão sendo abastecidas desta forma. O drama do sertanejo deve persistir mesmo com o retorno das chuvas porque não houve plantação. >
Além da falta de chuva, os agricultores familiares que receberam sementes de milho e feijão do governo usaram essas sementes para comer ou para alimentar o gado que estava morrendo de fome, em vez de plantá-las. Agora, o período de plantio já passou.>