Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estadão
Publicado em 26 de junho de 2025 às 17:57
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) publicou nesta quinta-feira (26) o documento em que ratifica o reconhecimento da autodeclaração do Brasil como país livre de influenza aviária de alta patogenicidade em granjas comerciais. O reconhecimento ocorre após a implementação dos protocolos exigidos pelo organismo internacional, 28 dias após a erradicação do único foco identificado no País, em Montenegro (RS), em 15 de maio. >
"O objetivo desta autodeclaração é a recuperação do Brasil como país livre de infecção por vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em aves", afirma o documento oficial encaminhado pelo governo brasileiro à OMSA em 18 de junho. A autodeclaração foi assinada pelo or Marcelo de Andrade Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e delegado do Brasil junto à organização.>
A OMSA já havia atualizado o status do caso no sistema oficial da entidade para "encerrado", na última sexta-feira, e agora passa a disponibilizar publicamente o relatório técnico com a descrição das medidas adotadas no Brasil.>
Entre as ações sanitárias adotadas após a confirmação do caso no Rio Grande do Sul estão o abate sanitário das aves, o descarte oficial de carcaças, subprodutos e ovos férteis produzidos nas quatro semanas anteriores à detecção, a limpeza e desinfecção da granja e a adoção de um vazio sanitário iniciado em 21 de maio. A vigilância foi reforçada em um raio de 10 km da granja afetada, com a realização de várias rodadas de inspeção clínica e coleta de amostras, todas com resultados negativos para gripe aviária.>
Segundo o relatório, a rápida resposta se baseou no Plano Nacional de Contingência para Emergências Sanitárias e no plano de vigilância para influenza aviária e doença de Newcastle, que envolve ações em granjas industriais, criações de fundo de quintal e aves silvestres em todo o território nacional. A vacinação contra influenza aviária segue proibida no país.>
A confirmação do status sanitário é estratégica para o setor avícola, já que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Após o reconhecimento do encerramento do foco em Montenegro pela OMSA, 17 países importadores comunicaram oficialmente ao governo brasileiro a retomada das compras de carne de frango. Segundo o Ministério da Agricultura, voltaram a importar Argélia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Egito, El Salvador, Iraque, Japão, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mianmar, Montenegro, Paraguai, República Dominicana, Sri Lanka, Vanuatu e Vietnã.>
Apesar da reabilitação parcial, as exportações seguem suspensas para 15 mercados, entre eles China, União Europeia, Canadá, Chile, Filipinas e Índia. As suspensões envolvem tanto decisões dos países importadores quanto a interrupção voluntária da certificação por parte do Brasil, conforme os protocolos sanitários bilaterais.>
Além disso, 14 países ainda mantêm restrições específicas ao frango proveniente do Rio Grande do Sul, como Arábia Saudita, México, Reino Unido, Omã, África do Sul, Angola e Cuba. Três países - Emirados Árabes Unidos, Catar e Jordânia - limitam o veto ao município de Montenegro, enquanto outros oito aplicam a restrição apenas ao raio de 10 km em torno do foco.>