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'Por mim, ficará preso para sempre', diz advogada do Maníaco do Parque

Ele poderá ser solto em 2028, mas, para isso advogada precisa fazer pedido à Justiça

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 7 de maio de 2025 às 10:10

Maníaco do Parque
Maníaco do Parque Crédito: Reprodução

Contratada para defender os interesses de Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, a advogada criminalista Caroline Landim se declara contra a soltura do cliente, que está prevista para ocorrer em 2028. Ela argumenta que, ao longo de 26 anos de prisão, ele jamais passou por acompanhamento psiquiátrico e não há qualquer laudo técnico atualizado sobre sua condição mental. Na avaliação da defensora, o risco de reincidência é alto, diante do histórico brutal de crimes cometidos e do diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial, condição considerada sem cura. As informações são do jornal O Globo.

O serial killer foi condenado a 276 anos e três meses de prisão por assassinar sete mulheres em 1998, além de estuprar e roubar ao menos uma dezena ao longo de dois anos. Pela contagem formal, ele só estaria quite com a Justiça em 2274. No entanto, pela Lei de Execução Penal, poderá ser solto em 2028, ao completar 30 anos de reclusão — limite máximo de cumprimento da pena na época da condenação. Para que isso ocorra, no entanto, Caroline teria que fazer o pedido de soltura à Justiça. “Não farei. Por mim, ele ficará preso para sempre”, afirma, em reportagem do Globo.

A advogada defende que o detento só deixe a prisão após passar por avaliação psiquiátrica rigorosa, feita por peritos nomeados pela Justiça. Para ela, o comportamento atual do ex-motoboy é inquietante: ele recusou-se a participar de um documentário se não recebesse, antes, um tratamento dentário completo, um rádio e um par de patins. Repetiu os mesmos pedidos à defesa e às mulheres que lhe escrevem cartas na prisão. “Ele exige dentes de porcelana. Não aceita dentadura nem resina”, disse a defensora.

Os problemas na boca de Francisco começaram ainda na adolescência, quando foi diagnosticado com amelogênese imperfeita, condição genética rara que compromete o esmalte dentário e causa o esfarelamento de toda a arcada. Hoje está completamente desdentado. O pedido por tratamento poderia parecer legítimo, não fosse o histórico sombrio: laudos do Instituto Médico-Legal (IML) revelaram que, durante os crimes, Francisco mordeu e chegou a arrancar com os dentes partes do corpo de algumas vítimas.

Apesar da gravidade dos crimes, o serial killer jamais foi submetido a exame criminológico — avaliação forense conduzida por psicólogos e psiquiatras especializados. No sistema penal, esse tipo de análise só é exigido quando o preso solicita progressão para regimes mais brandos, o que nunca ocorreu no caso dele. Como cumprirá integralmente os 30 anos em regime fechado, poderá sair sem nenhuma avaliação psiquiátrica recente.

Entre 1996 e 1998, o Maníaco do Parque abordou cerca de 200 mulheres com falsas promessas de trabalho como modelo. Levava-as ao Parque do Estado, em São Paulo, onde cometia os crimes. Diagnosticado como psicopata por uma banca do Hospital das Clínicas — que utilizou inclusive o teste de Rorschach —, ele escolhia alvos com baixa autoestima e usava a lábia para manipulá-las. Preso em 13 de agosto de 1998, declarou à Justiça em diversos interrogatórios que voltaria a matar se fosse solto.