Primeiro lote do IR: por que sua restituição ainda não caiu?

A expectativa dos contribuintes que enviaram cedo a declaração do Imposto de Renda 2025 é alta, principalmente diante da conhecida regra de que quem declara antes, recebe antes. No entanto, esse princípio nem sempre se concretiza na prática. O motivo? Estar em um dos primeiros lotes de pagamento não significa, necessariamente, que o dinheiro cairá na conta logo de início.

Segundo a Receita Federal, embora os pagamentos sejam organizados em lotes, o que realmente determina a liberação da restituição é o status do processamento da declaração. Ou seja, antes de comemorar, o contribuinte precisa checar se está tudo certo com os dados enviados.

Acesso ao e-CAC e verificação do extrato são fundamentais

O primeiro passo é acessar o portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) e, dentro do sistema “Meu Imposto de Renda”, selecionar a declaração do IRPF 2025. Ali, no extrato de processamento, será possível saber se há pendências que possam barrar o pagamento da restituição.

Caso a declaração esteja regular, o sistema apresentará a mensagem: “Aguardando momento para o pagamento da restituição”. A partir disso, o contribuinte deve retornar à tela anterior e acessar o menu “Consulta Restituição”, onde poderá visualizar a previsão de pagamento — essa, sim, condicionada à liberação de recursos pela União.

Contudo, se forem identificados problemas como retenção em malha fina ou informações inconsistentes, será necessário corrigir a declaração por meio de uma retificação ou cumprir as exigências da Receita Federal.

E se o pagamento não cair na conta?

Mesmo que tudo esteja certo com a declaração, é importante checar outro ponto: os dados bancários informados. Caso haja erro na conta ou alguma restrição no banco informado, o pagamento da restituição pode ser cancelado. Nesses casos, o valor será incluído em um lote futuro, após o problema ser resolvido. 

A conferência de todas as etapas é essencial para evitar surpresas.

Receita recebeu menos declarações do que esperava

Apesar de 43,3 milhões de brasileiros terem enviado suas declarações dentro do prazo, que se encerrou em 30 de maio, o número ficou abaixo da expectativa da Receita Federal. A projeção era de que mais pessoas regularizassem a situação. Estima-se que 2,9 milhões de contribuintes estejam em dívida com o fisco, por não terem entregue a declaração até o prazo final.

Com esse cenário, a recomendação é clara: quem deseja garantir o recebimento da restituição sem atrasos deve não apenas declarar cedo, mas também acompanhar de perto o processamento no sistema da Receita, corrigir eventuais falhas e ficar atento às datas de pagamento e à conta bancária informada.