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Perla Ribeiro
Agência Einstein
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 10:50
Se você não abre mão do consumo do azeite de oliva nas refeições, tem um motivo a mais para usá-lo. Um estudo publicado no periódico Frontiers in Nutrition reforça ainda mais a importância do azeite extravirgem para a saúde: pesquisadores encontraram indícios de que o produto ajuda no combate ao acúmulo de gordura na região da barriga. >
A análise, conduzida por cientistas da Itália, reuniu dados de 16.273 adultos, que responderam a um questionário online com informações sobre idade, peso, medida da cintura, índice de massa corporal (IMC), dieta e hábitos de vida. Entre as conclusões, observou-se uma associação entre o consumo de azeite extravirgem e uma menor circunferência abdominal.>
Azeite de Oliva
Sabe-se que o excesso de adipócitos (células gordurosas) favorece a produção de substâncias inflamatórias e outros componentes, contribuindo para a síndrome metabólica — distúrbio caracterizado por taxas elevadas de glicose, alterações nos níveis de colesterol e triglicérides, e hipertensão arterial. >
“É importante ressaltar que os achados do artigo são baseados em autodeclarações, ou seja, partem da avaliação dos próprios indivíduos, sem medições técnicas, o que pode gerar confusão”, opina a nutricionista Emanoelle de Lima Araujo, do Einstein Hospital Israelita.>
Outra limitação, muito comum na nutrição, é que se trata de um trabalho observacional, que não estabelece causa e efeito. “Estudos assim são importantes para gerar hipóteses, que precisam ser confirmadas em ensaios clínicos randomizados, considerados o padrão-ouro da pesquisa”, comenta a nutricionista Renata Juliana da Silva, professora da Etec Uirapuru/Centro Paula Souza e pós-doutoranda na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).>
As descobertas reforçam o que já se sabe sobre o azeite, maior símbolo da Dieta Mediterrânea. Mas os impactos positivos não devem ser associados a um único alimento: tudo vai depender do contexto e de aspectos que, além do cardápio, abarcam atividade física, hábitos de sono e gerenciamento do estresse. >
Ainda assim, vale lembrar que o produto extraído da oliva concentra compostos protetores. O destaque, como em todo óleo, vai para os ácidos graxos, ou seja, as partículas de gordura. “A maioria é de monoinsaturados, sobretudo o ácido oleico”, aponta Araujo. O tipo extravirgem, aquele que não passou por nenhum refinamento, oferece substâncias antioxidantes, especialmente os fenólicos. >
Essa junção de componentes coleciona evidências de efeitos em prol das artérias. Para assegurar essa riqueza, uma recomendação é acrescentar o azeite ao final das preparações. Isso porque as altas temperaturas podem levar à perda, sobretudo, dos antioxidantes. Também dá para usar apenas em fogo brando e rapidamente.>
Atributos dos óleos>
Grandes aliados da cozinha, os óleos vegetais realçam o sabor e interferem com a consistência da comida, contribuindo com crocância em alguns pratos. Também ajudam a dispersar os aromas vindos de ervas e especiarias. Os mais populares no país tendem a apresentar uma composição harmoniosa de ácidos graxos. >
Alguns contêm maior teor de monoinsaturados, caso do azeite; outros têm mais poli-insaturados que, em excesso, estão por trás de processos inflamatórios. Embora exista alguma confusão, nenhum deles apresenta colesterol em sua formulação, afinal, essa gordura é específica do reino animal. >
Bem-vindos em diferentes receitas, a sugestão é evitar o aquecimento exagerado, que favorece a produção de compostos nocivos. O ideal é não deixar que o óleo chegue ao ponto de fumaça, que leva à oxidação e degradação do alimento. >
Outro cuidado essencial se dá após o uso, quando o produto sai da panela — mas, nesse caso, os ganhos são para a saúde do planeta. Estimativas dão conta de que cada litro de óleo despejado no esgoto tem a capacidade de poluir milhares de litros de água. Uma saída é promover a reciclagem, encaminhando para coleta seletiva. Veja algumas particularidades dos tipos mais usados no Brasil:>