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Tharsila Prates
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 22:07
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, licenciado nos Estados Unidos, comentou o indiciamento da Polícia Federal por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Na rede social X, ele divulgou uma nota, dizendo que tomou conhecimento da notícia pela imprensa e que considera importante esclarecer cinco pontos.>
No primeiro deles, diz que a atuação nos Estados Unidos "jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional".>
O deputado afirma causar "espanto que a Polícia Federal (PF) aponte supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifique os autores. Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem?">
Eduardo lembra ainda que vive "sob a jurisdição americana e, portanto, plenamente amparado pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura não apenas a liberdade de expressão, mas também o direito de peticionar nossas demandas ao governo que rege a nossa jurisdição".>
"É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político", escreve o parlamentar licenciado.>
Por fim, diz: "Se o meu 'crime' for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão". >
Eduardo e Jair Bolsonaro, ambos do PL, foram indiciados pelos crimes de coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.>
No relatório de 170 páginas da PF, os delegados Leandro Almada, Rafael Caldeira e Itawan Pereira descrevem o passo a passo dos crimes cometidos pela família Bolsonaro - o relatório também resultou em medidas contra o pastor Silas Malafaia, alvo de busca e apreensão e de retenção de passaporte nesta quarta-feira (20).>
"Com base nos elementos probatórios apresentados neste relatório, conclui-se que EDUARDO NANTES BOLSONARO e JAIR MESSIAS BOLSONARO, com a participação de PAULO FIGUEIREDO e SILAS LIMA MALAFAIA, encontram-se associados ao mesmo contexto, praticando condutas com o objetivo de interferir no curso da Ação Penal n. 2668 - STF, processo no qual o segundo nominado consta formalmente como réu", apontou a PF.>