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Agência Correio
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 21:16
Uma nova espécie de cobra foi descoberta no Zimbábue a partir de um exemplar atropelado em 1982. O animal, chamado cobra-cuspideira de Nyanga (Hemachatus nyangensis), foi descrito recentemente na revista Plos One. >
O mais curioso é que esse único exemplar pode ser o último representante vivo de sua espécie. O achado reforça como ainda há muito a ser revelado sobre a biodiversidade do continente africano.>
Tetracheilostoma carlae é a menor cobra do mundo
De acordo com os cientistas, a semelhança da cobra de Nyanga com outras espécies conhecidas atrasou sua identificação. >
Só análises genéticas e morfológicas detalhadas permitiram confirmar que se tratava de um animal totalmente novo para a ciência.>
Em publicação no portal The Conversation, os autores do estudo explicaram que o mistério sobre essas cobras é antigo. Em 1920, já havia relatos de serpentes com comportamento incomum e pele avermelhada sob as escamas.>
Cobra
Nos anos 1950, o herpetólogo Donald Broadley recebeu amostras de crânios de uma cuspideira e acreditou que fossem da mesma espécie existente na África do Sul, a Hemachatus haemachatus.>
Somente em 2023 os pesquisadores conseguiram identificar uma nova espécie de cuspideira, exclusiva das Terras Altas Orientais, no Zimbábue.>
O estudo também reforça uma hipótese intrigante: a relação entre a evolução das cobras cuspideiras e a dos primeiros humanos. Pesquisas anteriores sugerem que a habilidade de cuspir veneno surgiu como defesa contra ancestrais hominídeos.>
Quando esses ancestrais passaram a andar eretos e usar ferramentas, tornaram-se ameaça para as serpentes. Nas najas africanas, essa adaptação teria surgido há cerca de sete milhões de anos, coincidindo com a separação entre humanos e chimpanzés.>
Em cobras asiáticas, o comportamento apareceu há cerca de 2,5 milhões de anos, junto ao surgimento do Homo erectus. Agora, os pesquisadores acreditam que algo semelhante possa ter ocorrido com as cobras de Nyanga, no Zimbábue.>
Ainda serão necessárias novas amostras para entender quando ocorreu essa separação e o papel dessa espécie na história evolutiva das serpentes.>
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