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Secretário da Fazenda vê conjuntura internacional complexa e incertezas se avolumando

Mello também indicou que a atividade segue bastante fraca na zona do euro, além de destacar que a América Latina tem sofrido o impacto desse ambiente externo

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 16:27

Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello Crédito: Valter Campanato/ Agência Brasil

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta terça-feira, 21, que a conjuntura internacional "segue complexa", com incertezas se avolumando, em razão da continuidade de conflitos geopolíticos e das dúvidas acerca da trajetória de crescimento e de inflação das economias centrais. Apontou também que, embora o preço do petróleo tenha caído um pouco nas últimas semanas, os valores ainda estão sujeitos a incertezas.

Em coletiva sobre o novo boletim macrofiscal da SPE, Mello também destacou os efeitos dos Treasuries, que tiveram forte alta recentemente, mas que já começaram a cair nos últimos dias em razão dos dados de inflação dos Estados Unidos.

O cenário, na visão do secretário, aponta que há um aumento na probabilidade de os Estados Unidos conseguirem estabelecer um "pouso suave" na economia.

"Graças a dados de atividade que têm se mostrado resilientes, expectativas de crescimento para 2023 já superam 2% nos EUA. E tem o dado sobre excesso de poupança, que indicava inicialmente esgotamento de poupança, mas teve revisão recente mostrando que ainda há volume razoável, o que poderia justificar queda da atividade mais lenta e suave", explicou Mello, ressaltando também as chances de o país americano terminar o ano de 2024 com uma inflação mais próxima da meta.

Sobre a China, o secretário pontuou que as perspectivas de crescimento para 2023 melhoraram, ressaltando, contudo, que há riscos ligados a crise imobiliária registrada no gigante asiático. "Para 2023, perspectivas de crescimento melhoraram, provavelmente crescimento um pouco superior a 5% na China, com pequena desaceleração nesse ano e no próximo, mas são taxas robustas, próximas a 4,5%", disse.

Mello também indicou que, na zona do euro, a atividade segue bastante fraca, além de destacar que a América Latina tem sofrido o impacto desse ambiente externo mais adverso.