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Yan Inácio
Publicado em 2 de julho de 2025 às 14:54
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (2), que as negociações para a construção da ponte Salvador-Itaparica foram um “parto muito difícil”. A fala foi feita em entrevista à TV Bahia. >
"Essa ponte foi um parto difícil, o Rui Costa [governador da Bahia entre 2015 e 2023] sabe o quanto ele sofreu, quantas vezes eu falei com o Xi Jiping [presidente da China]: ‘e nossa ponte, vai ser construída?’", disse o presidente. O governador Jerônimo Rodrigues assinou um novo contrato para a construção da via no dia 4 de junho. O documento estabelece uma concessão de 35 anos para construção, operação e manutenção do equipamento. O começo das obras deve acontecer em pelo menos 11 meses.>
O estudo da fundação está 100% pronto e vai começar [a obra]. Um investimento de R$ 11 bilhões e vai ser uma revolução para o desenvolvimento da Bahia", complementou Lula. A construção da ponte Salvador-Itaparica está incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).>
Com investimento previsto de R$ 10,4 bilhões, o projeto já passou por diferentes revisões desde a assinatura do contrato original em 2020. A proposta inicial previa um custo de R$ 6,3 bilhões. O valor do aporte público também aumentou: saltou de R$ 1,5 bilhão para R$ 5,07 bilhões, após intermediação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA), que ajudou a viabilizar um novo acordo entre as partes.>
O empreendimento será construído em Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo da Bahia e um consórcio chinês formado por pelas empresas China Communications Construction Company (CCCC) e China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC).>
“Se eu não for ao STF, eu não governo”, diz Lula>
O presidente também afirmou que, diante da derrubada do decreto que aumentava o IOF, foi necessário acionar o Supremo Tribunal Federal para manter a capacidade de governar. “Se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte... ou seja, eu não governo mais o país, cara. Cada macaco no seu galho. Ele (Congresso) legisla, eu governo, sabe?”, disse Lula.>
A declaração veio após o governo entrar, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no STF, na tentativa de validar o decreto que havia sido rejeitado pelo Congresso. A medida, segundo o governo, poderia garantir até R$ 10 bilhões em arrecadação ainda em 2025.>
Lula atribuiu a derrubada da norma à influência de grupos econômicos. “O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram dentro da Câmara e do Senado, o que eu acho um absurdo. E veja, eu sou um cara agradecido ao Congresso, eu não sou um cara que tem rivalidade com o Congresso, que aprovou muitas coisas que a gente queria”, disse.>