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Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 05:11
- Atualizado há um ano
O Carnaval de Salvador superou todas as expectativas e, como num bailado, a dança se deu ao ritmo da retomada da autoestima da cidade. A festa foi bonita, marcada pela diversidade e por maior ocupação popular das ruas, que voltaram a ser comandadas pelo folião pipoca. Marcada também pelas atrações sem cordas, que comandaram boa parte da folia, pela redução da violência e pela melhoria na mobilidade urbana, que, se não foi a ideal, foi muito melhor do que no ano passado.Os números contabilizados fazem do Carnaval de 2016 o melhor Carnaval dos últimos anos. O fluxo de turistas foi maior do que o esperado e, segundo a Secretaria de Turismo do Estado, 560 mil pessoas visitaram a cidade nos dias de folia, injetando cerca de R$ 860 milhões na economia soteropolitana. A ocupação hoteleira foi de 100% no circuito e superior a 97% em toda a cidade, a maior ocupação hoteleira nos dez últimos carnavais, e foram criadas 230 mil vagas de empregos temporários, um momento de auge para a economia informal e que dificilmente se repetirá num ano que será marcado pela recessão.
Houve, é verdade, uma polêmica esdrúxula, especialmente nas redes sociais, mas também num protesto na avenida, sobre a venda de cerveja no circuito do Carnaval. Essa é uma discussão bem baiana, que não existe em outros estados e mostra que na Bahia ainda há quem ache que o capitalismo pode ser altruísta e que existe almoço grátis. O sistema capitalista que rege nosso país e nosso Carnaval é baseado na troca, por isso quando a cervejaria Schin resolve patrocinar o carnaval de Salvador ao custo de R$ 25 milhões, quer, em troca, além da publicidade, o monopólio da venda do seu produto no circuito carnavalesco. É uma troca límpida e clara, típica do sistema e da concorrência capitalista.
A Brasil Kirin, dona da marca Schin, investiu tanto em Salvador porque vem perdendo espaço no mercado nordestino e baiano para a cervejaria Petropólis, dona da marca Itaipava, que passou a deter 14% do mercado de cervejas no Brasil, enquanto a Brasil Kirin participa, hoje, com apenas 8,3%, num mercado extremamente competitivo e liderado de longe pela Ambev, com mais de 60% das vendas.
Ora, nessa briga de gigantes, a Schin pagou mais para não dividir o espaço com suas concorrentes e assim ampliar seu mercado na maior capital do Nordeste. Foi bom para a Schin e para Salvador, afinal, esses recursos foram fundamentais para a organização da festa.
E essa competição capitalista ocorre em outros espaços. O Mercado do Rio Vermelho, por exemplo, foi completamente recuperado com o apoio da cervejaria Petropólis e hoje temos um excelente equipamento na cidade e lá vende-se apenas a cerveja Itaipava. É assim que funciona o sistema, é assim que funciona a concorrência capitalista; ou alguém acredita que a Schin ia colocar milhões no Carnaval de Salvador com o intuito altruísta de estimular as vendas da Skol, da Brahma e da Itaipava? A verdade é que a experiência foi boa e ano que vem provavelmente haverá mais cervejarias patrocinando o Carnaval de Salvador.
Mas esse foi apenas um detalhe na realização de um belo Carnaval que refletiu o trabalho incansável da Prefeitura de Salvador e refletiu também a recuperação da autoestima do soteropolitano, que voltou a se orgulhar da sua cidade e saiu às ruas para, de cabeça erguida, dar vivas à cidade da Bahia.
A expertise da Polícia Militar A Polícia Militar da Bahia está se consolidando como uma das melhores corporações do mundo no que se refere à segurança em megaeventos. Os índices de violência nos circuitos estão caindo a cada ano e são mínimos, levando em conta que o Carnaval reúne mais de 2 milhões de pessoas. A Polícia Militar da Bahia mostrou que tem expertise no assunto e pode até exportar sua experiência para outros países.
A inflação no dia a dia“A primeira panaceia para uma nação mal governada é a inflação da moeda; a segunda é a guerra. Ambas são o refúgio de oportunistas políticos e econômicos”. Ernest Hemingway sabia o que estava dizendo e, se a guerra não é uma preocupação dos brasileiros, a inflação certamente é. A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o mês de janeiro em 1,27%. Se em um mês, apenas, atinge-se esse patamar, como esperar que a meta de inflação de 4,5% ou mesmo o teto de 6,5% seja alcançado?
Na Região Metropolitana de Salvador, o IPCA atingiu 1,69%, quase o dobro do registrado em dezembro, que foi de 0,94%, o segundo maior índice do país no mês de janeiro. Esse percentual é a média de todos os preços, mas nas farmácias de Salvador determinados produtos foram tabelados em até 15% entre dezembro e janeiro; nos supermercados as tabelas indicam aumentos de mais de 10% em determinados produtos e em determinados serviços o aumento é semelhante.
A população precisa deixar de comprar esses produtos, substitui-los por outros que não sofreram aumentos, afinal, se o governo é um refúgio de incompetência no que se refere ao combate à inflação, cabe ao povo tentar conter os preços com as poucas armas de que dispõe.
As finanças do estado e da prefeitura em 2016As transferências do FPE - Fundo de Participação dos Estados - para a Bahia em janeiro sofreram uma queda nominal de quase 13%, o que significa uma queda real de cerca de 24%. Já as transferências do Fundo de Participação dos Municípios para Salvador sofreram queda de 12,4%, ou seja, cerca de 23% de perda real. As informações são do portal Bahia Econômica, com base em dados do Tesouro Nacional.
O pior é que a perda deve se consolidar nos meses seguintes, pois a arrecadação de impostos federais que servem de base para as transferências está caindo.
Ademais, no estado, a arrecadação de ICMS deve sofrer uma perda significativa com a retirada dos encargos adicionados às contas de luz pelas bandeiras tarifárias. Como mais de 10% da arrecadação de ICMS na Bahia tem origem na taxação da energia elétrica, analistas calculam que a perda pode ser superior a R$ 15 milhões/mês na arrecadação. Se o governo federal não fizer alguma coisa, estados e municípios brasileiros vão estar à beira da falência em 2016.
O mercado imobiliário em 2015O mercado imobiliário está semiparalisado na Bahia. A crise econômica, os juros altos, a redução do poder aquisitivo e problemas específicos da realidade baiana fizeram despencar os lançamentos e as vendas no mercado baiano em 2015. No estado, o número de lançamentos no ano passado foi de pouco mais de 3,5 mil unidades habitacionais, segundo a Ademi, cerca de 20% a menos do que em 2014, e quatro vezes menos do que no ano de 2011. As vendas de imóveis caíram 15%, mesmo com todo o empenho das construtoras em desovar os estoques.
Em Salvador, a situação foi mais grave e foram lançadas pouco mais de 900 unidades habitacionais, quase 60% a menos do que em 2014 e menos de 10% dos imóveis lançados em 2010. As vendas na cidade caíram 15% em relação a 2014 e representaram metade do que foi vendido em 2010. Os novos lançamentos em Salvador representaram em 2015 apenas 26% do que foi lançado na Bahia, praticamente metade da participação em 2014 e bem inferior à média de 60% de lançamentos na capital em relação ao estado.
A crise econômica do país é a mãe da desesperança no setor, por isso, urge aprovar o PDDU e a Lous para assim dar um fôlego local ao mercado imobiliário.