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Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2016 às 05:42
- Atualizado há 3 anos
Encontro o governador Rui Costa, pouco antes do seu embarque para o exterior, para convidá-lo para o III Fórum Bahia Econômica, que será realizado no dia 7 de novembro, no Espaço Verde da Paralela. Rui foi a Paris se reunir com investidores das áreas de turismo e infraestrutura e participar do Salon du Chocolat. O governador afirma que a visita é importante, pois a cadeia produtiva do cacau está retomando o dinamismo, com a ampliação significativa da produção e investimento crescente na qualidade das amêndoas, o que tem atraído chocolateiros de toda a Europa. Após 20 anos, a Bahia voltou a exportar cacau e diversos produtores estão investindo na fabricação de chocolates com mais de 50% de cacau, com alta demanda no exterior. Aproveito o encontro para saber a quantas anda a situação financeira do estado, no momento em que os estados brasileiros estão à beira da insolvência. O governador diz que apenas seis estados estão pagando salários do funcionalismo em dia e a Bahia é um deles, e que está fazendo um esforço enorme para manter em dia tanto salários quanto o pagamento de fornecedores, mas registra que a queda na arrecadação é grande, especialmente nas transferências federais. “A nossa arrecadação própria está crescendo em termos nominais, mas o problema são os recursos do FPE – Fundo de Participação dos Estados, que apresentam queda nominal”, diz o governador.Pergunto se os recursos do Imposto de Renda advindos do projeto de repatriação, que visa trazer valores lícitos, mas não declarados, de brasileiros depositados no exterior, pode melhorar a situação. O governador afirma que esses recursos não resolvem a situação financeira do Estado, especialmente por causa do problema da Previdência, mas dão um alívio importante, e podem chegar a mais de R$ 300 milhões, mas alerta que o governo federal não pode retirar do montante que vai ser repartido entre os estados o valor das multas que é previsto constitucionalmente. E avisa que se isso acontecer vai fazer como outros estados que devem entrar na Justiça para garantir o direito. Levanto a questão da Previdência dos estados e o governador, que parece entender bem do assunto, explica que este é o grande gargalo nas finanças dos estados brasileiros. Segundo ele, a lei que o estado encaminhou e foi aprovada na Assembleia Legislativa resolveu o problema no longo prazo com regras para os novos servidores contratados, mas no curto e médio prazo o Estado tem de aportar recursos do Tesouro superiores a R$ 2 bilhões para fazer frente ao déficit da Previdência. O governador dá o exemplo dos funcionários da área de educação. “Com o anúncio de que o governo quer fazer a reforma da Previdência, cerca de 3.500 servidores estão pedindo aposentadoria, isso significa que o estado terá de pagar a esses servidores e contratar mais 3.500 para substituí-los”. Ou seja, não só aumenta o déficit da Previdência como as despesas de pessoal do governo. Rui me diz que já visitou cerca de 300 escolas e que em muitas delas professores com menos de 50 anos estão pedindo aposentadoria, o que agrava a situação. A preocupação do governador é extremamente pertinente e mostra a necessidade do Congresso Nacional se debruçar sobre o tema. Levanto a questão dos investimentos e Rui Costa destaca dois exemplos, ambos na área de infraestrutura. Cita o metrô de Salvador, cuja obra emprega 8 mil trabalhadores, e diz que, quando ele estiver pronto, vai redefinir a economia da cidade, criando novas áreas de comércio e serviços e gerando oportunidades de renda e emprego. Cita também os empreendimentos na área de energia eólica, cujos investimentos da cadeia produtiva já chegam a R$ 30 bilhões e que estão mudando a vida de muitas regiões no interior. Preparo-me, então, para tocar na questão da infraestrutura, especialmente no relacionado aos portos e ferrovias, fundamentais para a Bahia, mas já não há tempo, assim, agradeço ao governador pela conversa agradável e deixo o assunto para ser discutido no III Fórum Bahia Econômica. >
É hora de anunciar a publicidadeEm casa de ferreiro não pode haver espeto de pau. Por isso, é da maior importância a campanha que será lançada pela Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP) e que foi apresentada esta semana pelo seu presidente, João Gomes, em evento na Casa do Comércio. O mote da campanha, “Com a comunicação também é assim. Melhor procurar um profissional”, é oportuno e poderia agregar, se possível, um profissional local.>
O presidente da ABMP lembrou que, muitas vezes, por desinformação, alguns anunciantes locais optam por trabalhar com agências de São Paulo, sem perceber que a linguagem nacional nem sempre tem repercussão no mercado regional. É a pura verdade, mas, além disso, é preciso ter em mente que o mercado de consumo nas diversas regiões do país não apresenta caráter homogêneo, pelo contrário, o que se verifica é uma enorme heterogeneidade entre as regiões com populações diferenciadas em termos culturais, educacionais, demográficos e no que se refere à composição e à origem dos rendimentos.>
Em termos demográficos, por exemplo, existem regiões e cidades com muito mais jovens e outras com muito mais idosos; e estados, como a Bahia, com parcela expressiva da população vivendo no campo. Fatores como esse mudam o foco de determinadas campanhas e são específicos de cada região. Em termos de composição, por exemplo, a população de Salvador tem predominância de negros com referências culturais próprias, bem diferente do resto do Brasil. Ou seja, os fatores econômicos, sociais e culturais são extremamente diferenciados no país, por isso necessitam ser objeto de uma publicidade regionalizada, sob pena de se perder o foco, já que essas características não são percebidas por agências de publicidade que trabalham no global, sem conhecimento da realidade local.>
Agenda BahiaNa primeira semana de novembro ocorre a 7ª edição do Fórum Agenda Bahia, o mais importante evento empresarial do Estado. Este ano, o Agenda Bahia vai ter como temática Economia mais Forte e vai debater soluções e apresentar os exemplos de quem superou a crise e transformou empresas e pessoas. O Fórum vai abordar dois temas fundamentais. O primeiro, Diferencial em Tempos de Crise, é a chave para as empresas se posicionarem no mercado, afinal, diferenciar um produto, um serviço, atender ao cliente de forma diferenciada e introduzir uma nova tecnologia são os caminhos do futuro. A outra temática, A Diferença que o Talento Faz, foca na valorização do capital humano brasileiro, fundamental para superar a crise. Flávia Oliveira, jornalista econômica que atua como colunista do jornal O Globo e comentarista de economia da GloboNews, vai mediar os debates.>
Salvador: a lenta recuperação do empregoEm julho, foram eliminados 3,2 mil postos de trabalho com carteira assinada em Salvador e todos os setores demitiram mais do que contrataram. Em agosto, a situação foi menos pior e 1,2 mil pessoas perderam seus empregos. Mas, em setembro, em Salvador, houve mais contratações do que demissões, um saldo de apenas 350 vagas, mas positivo. E em alguns setores- chave como serviços o saldo positivo no emprego chegou a 1,5 mil novas vagas e o comércio deixou de demitir, embora a construção civil continuasse eliminando postos de trabalho. De todo modo, há sinais de uma lenta recuperação no mercado de trabalho, mas ainda é preciso ver o comportamento em outubro para estabelecer a tendência. Os dados são do Caged.>