Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Avanços na uro-oncologia: cirurgia robótica revoluciona o tratamento do câncer de próstata, bexiga e rim

Salvador realiza nesta sexta-feira (3) e sábado (4) o VII Simpósio de Uro-Oncologia da Bahia

Publicado em 2 de outubro de 2025 às 12:35

Câncer de prõstata
Câncer de prõstata Crédito: Shutterstock

A medicina vive um momento decisivo no enfrentamento dos tumores urológicos. Avanços tecnológicos, especialmente a cirurgia robótica, estão mudando o paradigma do cuidado, oferecendo procedimentos mais seguros, menos invasivos e com maior qualidade de vida para os pacientes.

No Brasil, a expansão da robótica tem sido notável. Em 2018, existiam pouco mais de 50 plataformas; hoje, são cerca de 200 espalhadas pelo país. Essa evolução acompanha um cenário epidemiológico preocupante: o câncer de próstata segue como o mais incidente entre os homens brasileiros, com estimativa de 71,7 mil novos casos por ano no triênio 2023-2025. Ao lado dele, o câncer de bexiga e o câncer renal completam o quadro dos tumores que mais desafiam a uro-oncologia.

A cirurgia robótica surge como aliada poderosa nesse contexto. Ela permite maior precisão cirúrgica, preserva estruturas fundamentais para a qualidade de vida, a função sexual e a continência urinária, além de reduzir riscos de complicações. Além disso, garante recuperação mais rápida, menos dor e menor tempo de internação. Para o paciente, isso significa não apenas melhores resultados clínicos, mas também a possibilidade de retomar mais cedo sua rotina.

No entanto, é preciso olhar além da tecnologia. Cada diagnóstico envolve famílias em sofrimento, redes de trabalho abaladas e comunidades impactadas. Por isso, a inovação deve vir acompanhada de debates sobre acesso. Embora os robôs ainda estejam concentrados na rede privada, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) já recomendou, em 8 de agosto deste ano, a incorporação progressiva da plataforma robótica ao SUS, abrindo caminho para beneficiar mais brasileiros.

Outro ponto importante é a abordagem multidisciplinar. A luta contra o câncer urológico não se vence apenas na sala de cirurgia. Envolve diagnóstico precoce, oncogenética, terapias clínicas de última geração, nutrição, fisioterapia, psicologia e um seguimento humanizado. O paciente precisa de cuidado integral, que una ciência, tecnologia e empatia.

É com esse espírito que realizaremos, nos dias 3 e 4 de outubro, o VII Simpósio de Uro-Oncologia da Bahia, em Salvador. Será um espaço para compartilhar conhecimento, discutir inovações e transmitir ao vivo quatro cirurgias robóticas. Mais que um evento científico, o simpósio reafirma o compromisso da comunidade médica com a atualização constante e com a busca por resultados cada vez melhores para os pacientes.

A robótica é apenas um tipo de acesso na uro-oncologia. A verdadeira revolução acontece quando tecnologia, ciência e humanidade caminham juntas, pois é nesse encontro que está o futuro da uro-oncologia no Brasil.

Augusto Modesto (CRM: 13407 | RQE: 10371) é urologista em hospitais da Rede D'Or em Salvador, coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Aristides Maltez e organizador do VII Simpósio de Uro-Oncologia da Bahia.