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Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 13:46
O jornalista Carlos Elysio de Souza Libório nos deixou ontem, aos 85 anos. “Liba”, “Liboreta” ou “Mister Charles” foi Mestre em todos os lugares onde passou: na Faculdade de Comunicação da UFBA, no Jornal da Bahia, na TV Itapoan, na Rádio Sociedade, nas revistas Placar e Veja, na TV Bahia. E, principalmente, só fez amigos por onde passou.>
No grupo de Whatsapp “Flamboyant 4.0”, dos estudantes que ingressaram, na turma de 1980, da Facom da UFBA, a Doutora em Comunicação Rosane Santana escreveu: “Libório deixou amigos na direita e na esquerda, o que diz muito num tempo de polarização das relações”.>
Carlos Libório
Um exemplo disso é a confraria “Mesa Livre”, que se reunia semanalmente em torno de Liboreta. Quando a saúde dele declinou, pelo menos nos últimos dois anos, as reuniões passaram a ficar rarefeitas entre amigos de ideologia, pensamentos e gostos vários, como eu e os jornalistas Paolo Marconi, Demóstenes Teixeira e Fernando Vita; o coronel Christóvão Rios; o publicitário Marcelinho Simões; o diretor do Sebrae José Sampaio e o ex-conselheiro de Contas Raimundo Moreira – que foi chefe de Libório no Desenbanco.>
“Com muito orgulho, herdei a mesa e a máquina de escrever de Libório, na Editoria de Esportes, quando ele deixou a redação do Jornal da Bahia, em 1973”, rememora Marcelinho Simões, fã das piadas, causos e historietas contadas pelo menino de Coaraci – embora viesse à luz na maternidade de Ilhéus – na região cacaueira da Bahia, que foi da turma de Direito da UFBA, em 1963, mas que enveredou pelo Jornalismo por toda a vida.>
Autor de “A Censura Politica na Imprensa Brasileira: 1968-1978”, o jornalista Paolo Marconi – nada pródigo em rapapés – é categórico: “Tive a ventura de ser chefiado por Libório na sucursal da Veja. Trata-se de um homem de bem como poucos: correto, confiável, decente, digno, escrupuloso, honesto, honrado e íntegro”, elogia Marconi.>
“Liboreta era o professor de várias gerações, homem de sorriso escancarado e cúmplice, dividindo o seu saber de Mestre em tudo que fez: no jornal, no rádio, na academia, na seara público, na TV”, reforça o jornalista e escritor Fernando Vita. >
“Construiu família e hoje, amanhã e sempre será lembrado com orgulho por seus descendentes. Não apenas pelo amor que dedicou a Nely, aos seus filhos e netos, mas por seu exemplo de caráter, de ética profissional, de desvelo, de inteligência, de civilidade e bom humor”, declara o jornalista Demóstenes Teixeira, ex-editor-chefe do Correio da Bahia.>
Pai de Leo e Mariana, avô de Mila, Maitê e Gabriel, torcedor apaixonado do Vitória – foi o criador do termo Ba-Vi, ainda no Jornal da Bahia. Amante dos passarinhos, “Mister Charles”, como o chamava Virgílio Elísio da Costa Neto e os demais amigos da crônica esportiva, agora vai responder, no céu, ao bordão “me dá o placar!”. A qual será: “perdemos todos”. >
Nestor Mendes Jr., jornalista, aluno e chefiado por Carlos Libório, teve a honra de entrar no seu rol de amigos>