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Morto aos 85 anos, Lindomar Castilho matou a esposa durante show

Cantor eternizado na abertura de Os Normais teve a carreira marcada por um dos crimes mais chocantes da história da música brasileira

  • Foto do(a) author(a) Heider Sacramento
  • Heider Sacramento

Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 10:45

Cantor teve a carreira atravessada por um crime que chocou o Brasil. Crédito: Reprodução

Lindomar Castilho, que morreu aos 85 anos neste sábado (20), deixou um legado dividido entre o sucesso popular e um episódio que atravessou décadas como símbolo da violência contra a mulher no Brasil. Dono de canções românticas que embalaram gerações, como Você É Doida Demais e Eu Amo a Sua Mãe, o cantor também ficou nacionalmente conhecido por assassinar a ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, durante uma apresentação ao vivo em São Paulo, em 1981.

Natural de Santa Helena de Goiás, Lindomar construiu uma carreira sólida entre os anos 1970 e 1980, período em que se tornou um dos artistas mais vendidos do país. Seu repertório de boleros e músicas passionais ganhou novo fôlego nos anos 2000, quando Você É Doida Demais passou a embalar a abertura da série Os Normais, da TV Globo, levando sua voz a uma nova geração de espectadores.

O passado trágico, no entanto, nunca deixou de acompanhar o nome do artista. Em 30 de março de 1981, Eliane de Grammont se apresentava em um café na região da Bela Vista, em São Paulo, quando Lindomar invadiu o local e atirou pelas costas da cantora. Ela foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O músico que a acompanhava também foi baleado, mas sobreviveu.

Lindomar Castilho em 2012 por Divulgação

O relacionamento entre Lindomar e Eliane havia sido marcado por conflitos, ciúmes e relatos de agressões. Após a separação, a retomada da carreira da cantora teria intensificado as ameaças do ex-marido, culminando no crime que chocou o país e ganhou ampla repercussão na imprensa.

Preso em flagrante, Lindomar foi julgado e condenado a 12 anos de prisão. O caso se tornou um dos mais emblemáticos da época por envolver a chamada tese da legítima defesa da honra, argumento usado com frequência para atenuar penas em crimes cometidos contra mulheres. Décadas depois, essa justificativa viria a ser definitivamente rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal.

A morte de Eliane de Grammont transformou a cantora em um símbolo da luta contra o feminicídio. Sua história passou a ser lembrada em debates sobre violência doméstica e direitos das mulheres, enquanto a trajetória de Lindomar ficou marcada por um contraste permanente entre o sucesso artístico e o crime que definiu sua imagem pública.