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Experiência feminina redesenha o mercado de trabalho

Leia texto de Lília Lopes

Publicado em 19 de setembro de 2025 às 12:32

Lília Lopes
Lília Lopes Crédito: Reprodução

Durante um longo tempo, as mulheres 50+ foram consideradas parte de uma força de trabalho em transição, prestes a se despedir do mercado ou destinadas à funções de apoio. Em 2025, ficou ainda mais nítido que esse rótulo nunca nos pertenceu.

O relatório “OECD Employment Outlook 2025”, divulgado no último mês pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), confirmou o que a realidade já vinha sinalizando: mulheres entre 50 e 59 anos apresentam um crescimento histórico nas taxas de empregabilidade, com destaque para a faixa entre 55 e 59 anos, que teve avanço superior a 18%.

Posso afirmar que esse fenômeno, embora silencioso, demonstra o potencial de reinvenção profissional, liderança sólida e entregas estratégicas, capitaneado por mulheres que continuam ativas e se tornaram peças-chave para o futuro das organizações. Estamos falando de um perfil que une alta escolaridade, bagagem técnica, visão estratégica e inteligência emocional. Um combo que se tornou sinônimo de vantagem competitiva em tempos instáveis na geopolítica internacional.

Ao contrário do discurso que insiste em associar a idade à obsolescência, os dados da OECD indicam justamente o oposto. De 2000 a 2023, por exemplo, o percentual de mulheres entre 55 a 64 anos com ensino médio superior ou pós-secundário saltou de 32% para 43%. Somado à conquista do diploma, fortalecemos nossa capacidade de adaptação, senso crítico, escuta qualificada e um entendimento profundo das dinâmicas sociais.

Mesmo com esse movimento amplo, eu te digo que uma parte considerável do mercado ainda hesita em enxergar esse potencial. Foi essa resistência que construiu as barreiras estruturais que conhecemos hoje, como o menor acesso a cargos de liderança, disparidades salariais e subvalorização de competências femininas. Mesmo quando há entregas acima da média, as estruturas hierárquicas seguem operando sob lógicas masculinizadas e pouco sensíveis à diversidade e ao diálogo geracional.

É nesse cenário caótico que o amadurecimento profissional nos fez navegar por transformações profundas, seja na comunicação, política ou nas relações de trabalho ao longo dos séculos. De certa forma, antecipar riscos, ajustar discursos e transformar cenários adversos em oportunidades se tornou algo rotineiro para as mulheres, ainda que o olhar maduro do backstage (e frontstage) feminino não receba os devidos aplausos do mercado.

Lília Lopes é Diretora de Publicidade na Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), especialista em Comunicação Pública e lideranças multigeracionais.