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Homenagem especial a três grandes professores

Os três grandes mestres da Educação passaram boa parte de suas vidas lecionando no Colégio Anchieta

Publicado em 17 de junho de 2025 às 18:05

Os professores passaram boa parte de suas vidas lecionando no Colégio Anchieta
Os professores passaram boa parte de suas vidas lecionando no Colégio Anchieta Crédito: Divulgação

Com o recente falecimento do nosso querido Professor Octamar Pinto Marques, no mês de maio passado, resolvi prestar uma justa e pública homenagem, in memoriam, fundada no reconhecimento e registros aqui mencionados, a três grandes Mestres da Educação que passaram boa parte de suas vidas lecionando no Colégio Anchieta, educando, magistralmente, gerações de estudantes desse Colégio.

Primeiramente, desejo registrar que, desde 1982, primeiro ano de funcionamento do Anchieta, até o dia 31 de maio de 2022, data em que houve a transferência de propriedade do Colégio para o Grupo Inspira Rede de Educadores, tive a felicidade de conviver com inúmeros grandes educadores, cada um deles com suas potencialidades e peculiaridades didáticas, que propiciaram aos estudantes do Anchieta rica e inestimável contribuição, capacitando-os aos mais auspiciosos caminhos profissionais, ao tempo em que marcavam a história do Colégio como um dos mais belos matizes educacionais da Bahia e do Brasil. E não foi com pouca honra que vi toda a equipe do Anchieta lutando por esse tão alto padrão.

Professor Octamar Pinto Marques
Professor Octamar Pinto Marques Crédito: Divulgação

Dentre esses, desejo destacar os Professores Octamar Pinto Marques, José Valença Ribeiro Soares e Cícero Pessoa da Silva, que merecem reverência pelos especiais seres humanos que eram e pelo valioso trabalho que realizaram em prol da educação na Bahia, a quem ora presto homenagem.

O querido, saudoso e grande Octamar, um Mestre no ensino da Matemática, que, muito me honrou, por ter sido meu Professor no curso de Engenharia da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que era meu amigo pessoal e me substituiu em sala de aula no Anchieta, a partir de 1987, quando deixei a docência, tendo ele lá permanecido até o final de 2011, portanto, por vinte e cinco anos, quando considerou cumprida a sua nobre missão de ensinar.

Mesmo após Octamar não estar mais ensinando no Anchieta, aceitei o seu convite, no ano de 2014, para reescrever, em parceria com ele, a sua coleção de quatro livros didáticos destinados às três séries do ensino médio, denominados “MATEMÁTICA para o Ensino Médio - TEORIA E ATIVIDADES”, com o objetivo de adaptá-los ao novo formato das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), livros esses que foram utilizados por milhares de alunos do Anchieta até o ano de 2022.

Homem educado, simpático, de comportamento exemplar. Um verdadeiro gentleman, que encantava seus alunos nas aulas com sua leveza, brincadeiras, além de excepcional didática e, consequentemente, pela sua capacidade de ensinar. Seus alunos, que o chamavam carinhosamente de “Octa”, tiveram o privilégio de terem sido aprendizes do melhor Professor de Matemática que conheci. Ele tinha o costume de colocar a mão no ombro das pessoas a quem se dirigia, com a suave expressão: “ô mano”, sempre que desejava comunicar alguma coisa. Era um gesto único, que só ele sabia fazer daquela forma.

O Professor Valença, também meu amigo pessoal e meu colega, como Professor no Colégio Antonio Vieira, por seis anos e no Anchieta, por mais quatro anos, tendo lá lecionado durante trinta e quatro anos, foi um ícone no ensino da Química durante toda a sua vida profissional. Reconhecido por todos os seus alunos, desde a época em que lecionava em um cursinho pré-vestibular desta Capital, por sua forma de ser e uma postura rigorosa em sala de aula, porém simpática, quando se tratava de manter a disciplina, a profundidade do conteúdo das suas aulas e por sua excepcional didática no ensino dessa matéria, deixou um inestimável legado de conhecimento para quem teve a oportunidade de beber dos seus ensinamentos.

Professor José Valença Ribeiro Soares
Professor José Valença Ribeiro Soares Crédito: Divulgação

A meu convite, ele teve a oportunidade de compor o quadro de sócios da Entidade Mantenedora do Colégio Anchieta, porém, declinou desse convite por alegado motivo pessoal, no entanto, tendo se colocado à disposição para lecionar no Colégio que estava sendo fundado em 1981, pelo Professor João Bamberg Conrado, pelo meu irmão Professor Jorge Luiz e eu, tornando-se, portanto, um dos Professores fundadores do Colégio Anchieta. Ao querido e saudoso amigo e grande educador Professor Valença, também presto minha homenagem.

Além desse querido e saudoso amigo e grande educador, Professor Valença, também presto homenagem ao Professor Cícero, por quem eu nutria um carinho especial, já que foi meu mestre, meu colega como Professor, Diretor do Colégio Anchieta, que fundamos juntos e, posteriormente, Presidente do Conselho Técnico-Pedagógico do Colégio.

Vale ressaltar que, anos antes, ele foi Professor e Diretor do Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA), situado no bairro do Barbalho, nesta Capital, e proprietário de um Colégio no Bairro de Santo Antônio Além do Carmo, aqui em Salvador.

Tive a felicidade de ter sido seu aluno na disciplina Português, no Colégio Antonio Vieira, do curso científico (atual ensino médio), na década de 60. Com ele, aprendi gramática e redação, leitura e a interpretação de textos e, particularmente, com seus ditados, aprendi a escrever palavras cuja grafia os alunos tinham dificuldade em escrever.

Mais tarde, de 1970 a 1982, fui seu colega como Professor nos Colégios Antonio Vieira (CAV), Instituto Social da Bahia (ISBA) e Anchieta, quando ele deixou de lecionar para assumir a Direção Geral desse Colégio. Nosso querido Cícero foi sucedido pelo Professor João Batista de Souza, em 2005, para assumir o cargo de Presidente do Conselho Técnico-Pedagógico do Anchieta, até quando veio a falecer.

Professo Cícero Pessoa da Silva
Professo Cícero Pessoa da Silva Crédito: Divulgação

Ele tinha uma forma especial de dirigir o Anchieta, pela sua empatia com os alunos, com os professores, corpo técnico-pedagógico e funcionários administrativos, tendo assim, desfrutado do respeito de todos. O Professor Cícero tinha uma grande capacidade de ouvir as pessoas, com paciência e respeito, sempre buscando ponderar com argumentações consistentes e de tomar as decisões corretas para resolver conflitos. Dentre os grandes legados que ele nos deixou, estão a letra do Hino do Colégio Anchieta, escrita em parceria com o Diretor que lhe sucedeu, e o Decálogo para um Código de Ética, que se encontra afixado em alguns locais do Colégio.

Dentre as várias homenagens que ele recebeu de todos que contribuíram para a construção da rica história do Anchieta, destacam-se o seu nome que foi dado à Biblioteca do Colégio, na sede da Pituba, e o nome “Ciceródromo”, que os alunos dos primeiros anos do Colégio colocaram em uma estrutura circular de concreto que havia no pátio do Colégio, na sede de Amaralina, local onde os jovens e professores, muitas vezes, se reuniam durante os intervalos das aulas. Enfim, um verdadeiro e admirável mestre educador.

Da mesma forma como procedi em relação ao Professor Valença, convidei-o para compor o quadro de sócios da Entidade Mantenedora do Colégio Anchieta, tendo ele declinado do convite, alegando que já havia tido um Colégio e que não tinha gostado da experiência empresarial. Porém, colocou-se à disposição para lecionar no novo Colégio, tornando-se, também, um dos Professores fundadores do Anchieta, onde permaneceu até o final da vida.

Em um lindo evento, que foi realizado no Teatro Castro Alves, em outubro de 2011, que contou com a apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), o Coral Anchieta e artistas locais, em comemoração aos trinta anos da fundação do Anchieta, o Professor Cícero foi homenageado pela Entidade Mantenedora do Colégio, juntamente com o professor Valença e outros Professores Fundadores do Colégio.

Enfim, por tudo isso aqui relatado, entendo que esses três inesquecíveis Grandes Mestres Baianos da Educação nos deixam uma grande saudade e merecem as minhas homenagens e, quiçá, de todos aqueles que valorizam a Educação como um grandioso bem para o ser humano.

Antonio Jorge de Almeida Santos é professor e engenheiro mecânico, lecionou matemática por dezessete anos em vários Colégios de Salvador, fundador do Grupo Educacional Anchieta (GEA) e fundador e Presidente do Grupo Indiana