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Nota do Enem: acertar questão difícil pode reduzir pontos? Entenda a TRI

A coerência exigida valoriza um conhecimento equilibrado, estimulando múltiplas competências

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 05:00

Todo o processo de elaboração e correção da prova do Enem é muito sigiloso e rigoroso (Imagem: Brenda Rocha - Blossom | Shutterstock)
[Processo de elaboração e correção da prova do Enem é sigiloso  Crédito: Imagem: Brenda Rocha - Blossom | Shutterstock

À medida que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2025) se aproxima, muitos estudantes passam a se perguntar: afinal, como funciona a nota? E a resposta está na Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia que vai além de contar o número de acertos. O que a TRI mede, na prática, é a coerência do desempenho do candidato diante da prova.

A ideia é básica e muito simples: para acertar uma questão considerada difícil, é esperado que o estudante tenha também acertado as questões mais fáceis do mesmo conteúdo. Isso porque o conhecimento se constrói em etapas. Não se resolve uma equação complexa sem dominar antes as operações básicas. Certo? Assim, um aluno que erra várias questões fáceis, mas acerta isoladamente uma muito difícil, pode sinalizar um “palpite”. Esse acerto pontual não prejudica a nota, mas não gera o mesmo impacto que teria se viesse acompanhado de consistência.

É aqui que cai por terra um dos maiores mitos sobre o Enem: “acertar uma questão difícil pode fazer perder pontos”. Nada disso. É claro que todo acerto gera pontos, mas eles só são realmente otimizados quando há coerência entre o que é fácil, médio e difícil para cada candidato.

Outro aspecto importante é a estratégia. O Enem é uma prova extensa, com 90 questões em menos de três minutos para cada uma. O estudante precisa identificar rapidamente o que é fácil (para ele) e resolver com atenção, mas sem gastar tempo excessivo. Assim, sobra energia para investir nas questões medianas e difíceis. Já aquelas muito além do seu nível podem ser deixadas para o fim. É nessa gestão inteligente que mora o equilíbrio entre conhecimento e estratégia.

Além disso, a TRI garante que provas diferentes sejam comparáveis. Isso ocorre porque os itens passam por um rigoroso processo de pré-teste antes de integrar a avaliação. Assim, mesmo em edições distintas, as notas mantêm o mesmo parâmetro de justiça.

E se dois candidatos acertarem o mesmo número de questões? Ainda assim as notas podem ser diferentes, justamente porque a TRI analisa o padrão de respostas. Um aluno que acerta tudo o que é fácil e boa parte do que é médio tem mais chances de alcançar uma nota elevada do que outro que acertou algumas difíceis, mas falhou nas básicas.

Essa metodologia também mostra a importância de manter o foco em todas as áreas. Não adianta dominar biologia e ignorar química, por exemplo. A coerência exigida pela TRI valoriza um conhecimento equilibrado, estimulando o estudante a desenvolver múltiplas competências.

Vale destacar que a TRI não desmotiva a tentativa em questões complexas. Para estudantes de altíssimo desempenho, esses itens são fundamentais para alcançar notas de excelência. Já para os demais, os acertos difíceis agregam pouco, mas nunca deixam de somar. Mais do que acertar muito, é preciso ter consistência.

Maira Miranda Portela é Coordenadora de Avaliação Educacional do Bernoulli