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O Anjo Bom da Bahia

O mundo de hoje necessita do coração e dos braços de homens e mulheres que continuem a missão de amar e servir os pobres e fragilizados, como fez Santa Dulce

  • Foto do(a) author(a) Dom Sergio da Rocha
  • Dom Sergio da Rocha

Publicado em 28 de julho de 2025 às 05:00

A história da Bahia está marcada por mulheres que doaram generosamente a própria vida pelos pobres e sofredores. Dentre elas, ocupa lugar especial uma religiosa de aparência frágil, mas de um vigor espiritual admirável, a Irmã Dulce, venerada como Santa Dulce dos Pobres. Ela foi canonizada aos 13 de outubro de 2019, em Roma, pelo Papa Francisco. A sua festa foi estabelecida no calendário litúrgico da Igreja Católica para 13 de agosto, dia de sua consagração religiosa, mas ela tem sido recordada com admiração e gratidão por pessoas das diversas confissões religiosas na Bahia e em todo o Brasil. Reconhecida como o “anjo bom da Bahia”, visitada pelo Papa João Paulo II, ela tem se tornado, sempre mais, o “anjo bom do Brasil”.

O mundo de hoje necessita do coração e dos braços de homens e mulheres que continuem a missão de amar e servir os pobres e fragilizados, como fez Santa Dulce dos Pobres, seguindo os passos de Jesus. A sua memória desinstala, faz pensar, sentir compaixão e caminhar nos passos da caridade de Cristo. Na Bahia e no mundo, necessitamos que se multipliquem as “Dulces”, irmãs de todos, especialmente “dos pobres”. Celebrar a sua memória é sempre uma ocasião especial para reaprender com ela a amar e a servir. Refazer a experiência de Irmã Dulce permite-nos experimentar a alegria do amor manifestado no serviço ao próximo sofredor. Ela ensinou a amar e a servir sem jamais desanimar diante da falta de recursos, das incompreensões ou das limitações físicas. No serviço ao próximo não se dá apenas o que sobra, isto é, o tempo, os bens ou a saúde que sobram, mas o que temos e somos. As Obras Sociais Irmã Dulce nos recordam que é preciso partilhar e trabalhar juntos.

“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura”. Estas palavras de Irmã Dulce expressam bem a sua missão de amar e servir a Cristo, reconhecendo as suas feições sofredoras nos pobres, nos enfermos e fragilizados, nas crianças e nos idosos. ‘Se houvesse mais amor, o mundo seria outro”, afirmou. Ela acreditava na força transformadora do amor, sustentado pelo amor de Deus, marcado pela gratuidade, pelo amar primeiro, pelo amar antes de ser amado e mais do que ser amado. Assim, Dulce se fez irmã consagrada e irmã dos pobres, amada e admirada por tanta gente. O seu amor tinha a sua fonte e o seu sustento no amor de Deus. A fé iluminava e animava o seu caminhar. Ela nos ensinou que “no amor e na fé encontramos as forças necessárias para a missão”. Na frágil aparência de Irmã Dulce revelava-se a força do amor; do amor de Deus vivido no amor aos irmãos; do amor aos irmãos revelando o amor divino. A Irmã Dulce amou servindo, serviu amando, fazendo do seu hábito religioso alvi-celeste o avental permanente do serviço ao próximo sofredor.

Dom Sergio da Rocha, cardeal arcebispo de São Salvador da Bahia