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Publicado em 17 de setembro de 2025 às 05:00
A história do cacau no Brasil está entrelaçada com a Bahia, estado onde a cacauicultura evoluiu, enfrentou desafios e agora alcança novos horizontes. Conseguimos tornar essa cultura mais resiliente, considerando os desafios do presente e futuro. Também estamos trazendo mais sustentabilidade para essa atividade, pensando em todos os aspectos da cadeia – das pessoas que se dedicam ao cultivo a um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. >
Quando pensamos em mercado, a primeira indagação que surge é se a produção brasileira poderá se aproximar das melhores marcas históricas, registradas na década de 1980, quando o país chegou a produzir 458,7 mil toneladas anuais de amêndoas. Sobre essa questão temos uma visão otimista. Aliás, esse já é um projeto em curso. Há muitos aliados envolvidos nisso e o ambiente é favorável, sobretudo porque temos, na iniciativa privada, compromissos estruturados.>
A Cargill decidiu participar de todos os estágios da cadeia do cacau no Brasil. Essa rede é responsável por mais de 200 mil empregos e R$ 21 bilhões em receitas, segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). O objetivo desse movimento é fazer com que o país retome a autossuficiência, já que a produção anual nacional não tem ido muito além das 200 mil toneladas de amêndoas.>
E a Bahia continuará sendo um elo estratégico dessa cadeia: o estado que lidera a produção nacional – e que mostrou ao mundo como o cacau é adaptável ao cultivo em sistemas agroflorestais –, abriga experiências bem-sucedidas que comprovam o sucesso do plantio de cacau a pleno sol, em áreas irrigadas. Como evidência disso, podemos citar a parceria que a Cargill mantém com a Schmidt Agrícola, em Barreiras.>
Essa experiência é importante porque envolve um modelo que poderá ser replicado em outras regiões. Para se ter uma ideia da dimensão dessa parceria para o desafio da autossuficiência, a produção por hectare já atingiu três toneladas, desempenho dez vezes maior do que a produtividade média obtida em regiões tradicionais, o que inclui o sul da Bahia. >
A produtividade também seguirá avançando nas áreas tradicionais. No caso da Bahia, o que temos feito no sul do estado é ajudar o produtor a eliminar gargalos, com mão de obra qualificada, suporte técnico, acesso a insumos e a equipamentos para mecanização da lavoura. Em lotes de produção familiar incluídos em programas desenvolvidos pela Cargill, já observamos aumento de 50% na produtividade.>
A expectativa é de que teremos, em cinco anos, salto significativo na direção da autossuficiência, com uma cacauicultura cada vez mais sustentável e fortalecida, e que continuará gerando empregos, renda e divisas para a Bahia e para o Brasil.>
Cristina Faganello é Diretora-geral Cargill FOOD LATAM South>