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Cesar Romero
Publicado em 1 de janeiro de 2024 às 05:00
Os principais pilares do sucesso de um artista visual são: uma galeria de prestígio que o represente; uma caligrafia que o identifique; viver com dignidade do seu ofício e um livro que resuma sua trajetória pessoal e artística. >
Uma galeria de influência, crédito, notoriedade, vai escolher num ambiente de tantos artistas disponíveis o que lhe parecer mais promissor entre os emergentes, e os consagrados pelo mercado, para garantir o sustento do marchand e da galeria, o que é louvável. Os consagrados, além de serem vendáveis, têm um caminho trilhado, se fizeram merecidamente conhecidos, aclamados e aprovados pela crítica especializada e pela opinião pública. >
O que demonstra o grau civilizatório de um país é a importância que se dá à sua arte. >
Ter uma linguagem própria, um idioleto que de longe se reconhece, sem precisar ler o nome nas fichas catalogadas em exposição ou a assinatura na obra. Todos os grandes artistas, buscam a originalidade, uma linguagem específica, a alma do seu fazer. Temos como exemplo: Piet Mondrian, Pablo Picasso, Leonardo da Vinci (sua Mona Lisa é o quadro mais simbólico da pintura ocidental), Marcel Duchamp, Vincent Van Gogh (as luzes noturnas de suas pinturas é algo extraordinário), Henri Matisse, Henry Moore, Constantin Brâncusi (pioneiro nas esculturas abstratas), Paul Cezanne, Gustav Klint, Francisco de Goya y Lucientes, entre tantos. >
No Brasil, temos nomes luminares que não saem do nosso território para o mundo, por falta de interesse e apoio de nossos governantes - Getúlio Vargas apoiava Candido Portinari. Entre os nossos, Alfredo Volpi, Rubem Valentim, Lygia Clark, Lygia Pape, Hélio Oiticica, Arthur Bispo do Rosário, Oswaldo Goeldi, Regina Silveira (pelo poder “degenerativo” e suas Inflexões) e Abraham Palatinik. >
Viver com dignidade do seu ofício é para qualquer humano que trabalhe. Mas, todos sabem que o artista visual não consegue se tornar rico com sua arte. Ou ele nasce rico, ou se torna por herança. Por isso, muitos trabalham em outras atividades que lhe proporcionam uma vida mais confortável. Mas, não desistem desta atividade fascinante, uma das expressões mais antigas do mundo, um meio de comunicação entre as pessoas e os povos. >
Um livro que resuma sua trajetória pessoal e artística, por um crítico de arte. Escrever é algo difícil, não é fácil como se pensa, principalmente, sobre arte. É importante situar o artista e seu tempo, o contexto de sua época, suas propostas, seu fazer artístico, suas contribuições, para compor nossa memória artística e seus pensamentos sobre a sua arte.>