César Romero: pesos e cores

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  • Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2015 às 02:39

- Atualizado há um ano

Em cartaz na Paulo Darzé Galeria de Arte exposição de Rodrigo de Castro até 24 de outubro. Nascido em São Paulo em 1962. Inicia sua formação em 1977 no ateliê de Sérgio Fingermann para ano seguinte estudar no Studio of Graphics Arts, em Glasgow, Escócia. Participa de cursos de gravura e pintura na Ecole Natiomale Supérieure dês Beau-Arts de Paris, entre 1981 e 1982. De volta ao Brasil, integra entre 1982 e 1985 o Grupo Casa 7. Logo ganha reconhecimento da crítica especializada e do mercado. O Grupo Casa 7 proporcionou uma releitura da pintura no Brasil, apesar de não ter uma proposta plástica ou política. Seus componentes: Nuno Ramos, Carlito Carvalhosa, Fabio Miguez, Paulo Monteiro e Rodrigo de Castro. O artista apresenta telas e desenhos em papel de pequenos formatos a grandes dimensões. Na redução não perde seu fazer, que obedece matematicamente os critérios do reducionismo. Piet Mondrian nascido em 1872, na Holanda, foi o grande criador de uma nova forma de fazer pintura. Negou o quadro que possuía um meio reconhecível: uma parte superior, outra inferior e um tema, o que significou uma poderosa inovação na história da pintura. Essa inquietação começou em 1914, quando pintou Composição nº 9 e estendeu-se ao longo de sua carreira. Uma trama linear uniforme e cores. Um reducionismo radical. Mondrian foi claro, desenvolveu teorias sobre eixos horizontais e verticais e criou um novo tipo de pintura rigorosamente geométrica que chamou de neoplasticismo. Formas retangulares, empregando as três cores primárias e as não cores, o preto, o branco e o cinza. Assim a pintura de Mondrian apresentava-se com uma clareza lapidar, qualquer erro seria fatal. Durante 30 anos, Mondrian mudou apenas a continuação dos traços negros que não iam até o fim da tela, dando a impressão de flutuação da cor e mais ainda a linha dupla, que foi de forma poderosa, um jogo estético, tão simples, tão forte. As colocações de cores tornavam-se mais difíceis com a produção do artista, mas nunca se repetiu, vivia a serviço da superfície branca. O artista queria uma arte que não fosse decifrável. Em 1940, muda-se de Londres para Nova York e aí começa a usar a fita-cola colorida, que deslocada em posições de uma relação a outra gera um ritmo novo, no fundo branco. Modrian influenciou artistas como Leon Polk Smith, Charles Biederman, Barnett Newman, Marc Rothko, Ad Reinhardt e especialmente Theo Van Doesburg. No Brasil influenciou muitos inclusive a Rodrigo de Castro. Neste o traço preto não aparece, mas a estrutura, a gestalt é clara. Não existe descrição e seus trabalhos  são planos de cores e formas que se acomodam entre duas linhas retas, horizontais e verticais, buscando um equilíbrio entre ritmos e tensões. Os fragmentos formam o todo, o que permite uma infinita possibilidade de combinações. Há um conhecimento técnico da pintura a óleo, que realiza de forma magistral. Não há discussão figura/ fundo, cada cor tem sua própria autonomia e ajuntadas criam outra possibilidade visual. Um rigor compositivo, assimétrico, oscilante e direto aos olhos, que captam as emanações luminosas, para depois serem decodificadas via cerebral. Pintura funciona como música. Na música pode-se desafinar, na pintura também, quando cores “gritam” aos olhos, perdendo a fluidez do campo plástico. No caso de Rodrigo de Castro, isto aparece claro no uso de alguns amarelos fortes, verdes ou em alguns pretos que forçam mais que uma eternidade. Neste tipo de pintura deve-se ter o cuidado com os pesos das cores, para não arranhar o olhar, embora Rodrigo de Castro seja um bom colorista, criando cores de difícil cromática. A essência matemática é leve e sofistica o racional do trabalho. São cargas visuais diferentes para cada espaço, e assimetricamente colocadas dão a ideia de um ilusório movimento. Rodrigo de Castro mostra-se cuidadoso com o seu fazer, buscando seu destino na forma, linha e cor.