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Cesar Romero
Publicado em 24 de fevereiro de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
Pode-se considerar o Carnaval uma obra de arte? Alguns críticos e historiadores dizem que sim, seria uma grande performance, quando se inclui elementos visuais e inventivos.
Carnaval tornou-se a maior manifestação cultural do Brasil. As escolas de samba especialmente as do Rio e São Paulo, abordam temas ligados ao País, quando se confrontam ideias e temas ligados a brasilidade, festejam nossa história e nomes de personalidades ligadas a ela. No Carnaval o eros e tânatos estão ligados visceralmente. O eros principio do prazer (Freud), alegria, dos movimentos afetivos, da sexualidade que buscam festejar a vida. O lazer e o prazer é que nos livram da loucura. O tanatos principio de morte (Freud), ficam os exageros das comidas, bebidas, drogas, sexo sem proteção e movimentos de risco. A maravilha de cores e suas combinações, a liberdade de atitudes críticas e eróticas, os gestos e o riso, faz do Carnaval um patrimônio do povo.
A partir da década de 1960 o Carnaval passou por grandes transformações, mantém-se apenas como na Idade Média a data móvel, o viés popular e público, o humor, o colorido e o clima de “quebra de hierarquias”. Agora se tornou uma festa oficial organizada numa parceria entre prefeituras de todo país e empresas.
O Carnaval passou a satirizar o outro. O riso corresponde a um olhar do qual em certo sentido o sujeito se exclui, olha-se os aspectos risíveis na figura do outro. O autor está sempre fora do objeto. Os eventos seguem a ordem das cidades, as organizações e leis de cada uma delas.
O Carnaval está ligado às artes visuais, aquelas que lidam com a visão e então se vê uma reviravolta na moda e customizações, alegorias, confecções de figurinos para cantores, atores, bailes, escolas de samba e concursos de fantasias. Na decoração das cidades, nas artes plásticas. Nas escolas de samba do eixo Rio- São Paulo que investem na criatividade, esperando ser a vencedora. As coisas mudaram sim até a erudição no Carnaval, na evolução das escolas, nas coreografias, nos sambas enredos mais sofisticados, nos sons, nos instrumentos, na MPB que se inspira na festa.
Comenta-se muito que Carnaval é “quebra de hierarquias”, isto vale para quem assiste as escolas do camarote ou de cima de um viaduto? Nos espaços do Carnaval há hierarquia e rígidas demarcações. O papel social de cada um é exposto à exaustão.
O Carnaval envolve corpo e mente, todos os órgãos dos sentidos, a memória da pele. Um completo revolver-se do individuo. As alegrias da festa realmente têm motivos? Difícil entender, mas a festa continua e parece nunca ter fim.