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Carol Neves
Publicado em 24 de abril de 2020 às 14:15
- Atualizado há um ano
Quando uma série de sucesso acaba, não é raro que os produtores pensam em um spin-off para continuar contando histórias dentro de um mesmo universo que já foi testado e aprovado pelo público. Por um lado, a nova série já sai na frente, com interesse de quem conhecia a “irmã mais velha”, mas por outro a cobrança pode ser maior. (Foto: Divulgação) Better Call Saul se seguiu a Breaking Bad, um dos seriados mais elogiados da segunda leva de ouro da TV, apostando em um personagem carismático, mas secundário, Saul Goodman. Já sabíamos o final e a proposta agora era entender como o advogado mais trambiqueiro de Albuquerque chegou onde chegou. Muitos fãs de Breaking Bad começaram a ver, mas logo empilharam críticas. Lenta, nada acontece etc. Mas o que vemos é que se a história de Breaking Bad era mais forte, parece que o time de roteiristas está ficando cada vez melhor e cheio de recursos para contar suas histórias na spin-off.
A série encerrou sua quinta temporada nesta semana – a melhor até agora. Na última temporada, as tramas de Jimmy/Saul e de Mike se uniram, o que fortalece demais a narrativa. Muitas vezes a trama de Mike, embora sempre emocionalmente interessante e enriquecida pela interpretação de Jonathan Banks, parecia apenas cumprir a função de realmente preencher a história do passado do personagem de Breaking Bad. Com a participação de Jimmy, ganha um sentido independente, ligado à história que é contada agora.
No final da temporada anterior, Jimmy já está vivendo plenamente a persona profissional de Saul Goodman e se enreda ainda mais nas tramas do cartel, até que meio relutantemente. Ele ainda tenta manter sua vida pessoal, de Jimmy, separada, e depois do grande episódio da temporada (que tem forte eco de Breaking Bad), ele parece questionar se está pagando um preço caro demais pelo seu caminho profissional. (Foto: Divulgação) Outro trunfo da série, que ficou ainda melhor nessa temporada, é Kim Wexler. Vivida por Rhea Seehorn (caso tenhamos Emmy esse ano, um nome que já se impõe), ela é a única pessoa relevante em Better Call Saul que não faz aparece em Breaking Bad. O que aconteceu com Kim, portanto, é uma grande pergunta que BCS terá que responder e cada vez mais ela se desenha como uma personagem trágica.
Kim sempre foi uma advogada certinha, que gosta das coisas claras e direitas, mas com uma atração por Jimmy apesar de conhecer, e ir conhecendo mais e mais, o lado, digamos, menos ortodoxo dele. A temporada mostra um flash de Kim e sabemos que ela é alguém que veio do nada e se construiu sozinha, com esforço, e parece ter certo ressentimento dos homens ricos e poderosos com quem tem que conviver diariamente. Ao longo da série, ela vai mostrando mais naturalidade em pequenos esquemas e desvios propostos por Jimmy, até que ao final ela mesma propõe uma maneira não muito honesta de roubar o grande caso de Howard Hamlin. A proposta é de fazer algo ruim, mas com um verniz de algo bom – num estilo walterwhiteano. Aonde essa história vai nos levar é uma das grandes questões de Better Call Saul e a que mais me deixa ansiosa.
A quinta temporada também teve direito a um grande vilão, Lalo, que chega a ser citado rapidamente na série-mãe. Quando surgiu, parecia um personagem irritante, uma versão simplificada de um megatraficante com toques de psicopata. Na quinta temporada, o personagem cresce. Ele ainda irrita, mas assusta, tem um quê de imprevisível interessante e teve direito a um final épico por agora. O que vem pela frente para ele também ainda é desconhecido, já que Lalo só é citado em Breaking Bad, mas descobriremos na sexta e última temporada. (Foto: Divulgação)