Cuidado para não ser vítima da ‘sextorsão’, novo golpe na praça

Pagamento do 13º atrai a cobiça de criminosos que aumentam número e tipo de ataques; veja os mais comuns e como se prevenir

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  • Flavio Oliveira

Publicado em 4 de novembro de 2023 às 16:00

Existe a percepção de que o número de crimes aumenta no final do ano. Dizem que isso ocorre porque até os bandidos têm direito ao 13º. Piadas de mau gosto a parte, fato é que o aumento da circulação de dinheiro – 13º pago aos trabalhadores – e o clima festivo do Natal – que deixa as pessoas menos vigilantes – resultam em um cenário propício para a ação dos marginais, presencialmente ou em home office. Todo cuidado é mínimo.

Uma das modalidades de crime que mais tem chamado a atenção das autoridades neste final de 2023 é a “sextorsão” ou “golpe do nude”. Não existem estatísticas oficiais, mas registros policiais levantados pelo Estado de S. Paulo informa que 12 estados já registraram casos que fizeram 51 vítimas, algumas delas relataram prejuízo de até R$ 30 mil.

O passo a passo do golpe é o seguinte:

1) Os criminosos criam um perfil falso nas redes sociais com um nome feminino, Facebook tem sido a mais comum;

2) A vítima é escolhida e são mandadas as primeiras imagens eróticas junto com uma solicitação de amizade;

3) Depois que a amizade é aceita, é iniciada a interação como conversas de cunho sexual. O golpista envia novas imagens e pede que a vítima também encaminhe fotos íntimas;

4) A vítima é procurada por telefone ou aplicativo de mensagens por um homem, que se diz advogado e representante do perfil feminino. Ele diz que as fotos são de uma menor e ameaça denunciar a vítima por pedofilia;

5) A chantagem, com pedido de dinheiro para evitar a denúncia ou envio das fotos e conversas a parentes, incluindo esposas, fecha o golpe.

Para evitar ser vítima de uma sextorsão, as orientações são evitar compartilhamento de fotos e vídeos íntimos; manter fotos e vídeos íntimos em seu celular (caso ele seja roubado o criminoso poderá ter acesso a esse conteúdo); não aceitar pedido de amizade vindos de desconhecidos; participar de chamadas de vídeo com desconhecidos (a imagem da pessoa que você está vendo pode ser falsa); ter e usar antivírus no celular no computador.

Embora esteja chamando a atenção, a sextorsão não é o único golpe virtual na praça. O Brasil, segundo empresas de segurança digital, é campeão mundial em golpes virtuais contra pessoas físicas.

Reportagem da Folha de S. Paulo aponta as cinco modalidades de cibercrime mais comuns neste ano:

* Na falsa central telefônica (Spoofing), os bandidos usam um programa para esconder a linha telefônica que usam, trocando-a pelo número da central telefônica de um banco. Geralmente com argumento de que a vítima corre perigo de ter a conta hackeada, pedem para ela instalar determinado aplicativo que, na verdade, é um cavalo de troia para roubar os dados - incluindo senhas bancárias da vítima.

* No da mão fantasma, um vírus permite que os criminosos acessem o celular/computador da vítima remotamente. Já no golpe do desvio do Pix, o vírus, que já fez mais de 6.300 vítimas no país neste ano, Brasil desde janeiro deste ano, vem um arquivo infectado e com ele os criminosos e desviam a transferência ou pagamento feito via Pix pela vítima.

* Há ainda o roubo de identidade no Instagram. Se dá quando criminosos invadem contas em redes sociais e aplicam programas de inteligência artificial (IA) para clonar traços e voz da vítima que serão usados nos golpes. Eles publicam vídeos falsos oferecendo investimentos com retornos financeiros irreais ou a venda de móveis a preços fora da realidade de mercado. O objetivo é validar as falas ofertas com a credibilidade da pessoa que teve o perfil roubado.

* Por fim, o ataque com mensagens falas. Os bandidos induzem as vítimas a transferir dinheiro para eles por meio de sites e mensagens falsas, geralmente usando assuntos relevantes para o momento como pagamento do Bolsa Família, questão com o INSS, Imposto de renda, etc.

Dica isenta? Metade dos influencers de finanças são patrocinados por bancos

Pesquisa conclui que influenciadores usam suas redes para fazer propaganda sem a devida transparência Crédito: Shutterstock

Assessores e consultores de investimentos sempre alertam para olhar com reservas as indicações feitas pelos gerentes de bancos, pois esses gerentes estão mais preocupados em bater as metas estabelecidas pelos bancos que com a lucratividade do cliente. O aviso faz sentido, mas pode trazer ao investidor a mesma armadilha que denuncia.

Muitos desses profissionais ganharam fama nas redes sociais e se tornaram influencers e recebem patrocínio de bancos e financeiras. Segundo pesquisa da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados) existe um total de 515 "finfluencers" no país. Eles atingem 176,3 milhões de pessoas (ressalva: uma mesma pessoa pode estar inscrita em mais de um canal). Destes 515, 249 (48%) têm relação com corretoras, gestoras e bancos.

Ainda segundo a pesquisa, o público demonstra mais interesse em investimentos em renda fixa. Mas a maior parte do conteúdo dos finfluencers é sobre renda variável (ações). Essa diferença seria explicada justamente pelo patrocínio, um claro conflito de interesses. O pior, é que o que é propaganda é passada como orientação, ou o influencer dá uma orientação para a qual não é certificado.

A partir dessa pesquisa, a Anbima propõe uma espécie de manual de ética. A principal instrução é a de indicar claramente quando o conteúdo exposto é uma propaganda. Já no caso da ausência de certificação, o influencer não pode recomendar, apenas informar como a aplicação funciona.

Meme da semana

null Crédito: Reprodução / internet

O Campeonato Brasileiro nunca esteve tão perto do Botafogo. Mas o time começou a vacilar como sempre. O último tropeço diante do Palmeiras - após estar vencendo o jogo por 3x0 - pode ter custado o título, mas ainda há chance. A certeza que fica é que o meme é eterno.

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