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Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2014 às 07:22
- Atualizado há 3 anos
A apatia da estreia melancólica desapareceu. Deu lugar a entrega, garra e paixão contagiantes, típicas do Uruguai. E foram determinantes. O monstruoso Suárez também. Mas outras coisas ajudam a entender a ressurreição uruguaia.Foram cinco mudanças no time que levou 3x1 da Costa Rica - Gimenez, Álvaro Pereira, Gargano, Lodeiro e Suárez. O esquema também mudou. Do 4-4-2 pro 4-1-4-1 sem a bola. Tabárez sabia que, tecnicamente, a celeste era inferior. A prioridade era anular os ingleses e fazer o gol no erro deles. Veja no campinho o posicionamento sem a bola no início. Suárez marcava a saída dos zagueiros. Cavani e Lodeiro apertavam os volantes. Lodeiro acompanhava Henderson. Cavani não deixou Gerrard jogar. Anulou o principal armador inglês. Matou a criatividade deles. Cavani foi essencial.Rodriguez e González bloqueavam os laterais. Entre as duas linhas, Rios pegava Rooney. Álvaro Pereira e Cáceres vigiavam os pontas. Godin saía à caça do centroavante Sturridge. Gimenez ficava na sobra. O Uruguai marcava a partir da intermediária defensiva dos ingleses. Era a média pressão. Não tão adiantada, mas muito forte e aplicada. A Inglaterra travou. Não passava do meio. As únicas duas chances foram em bolas paradas. Ambas com Rooney.O Uruguai era pouco ameaçado, mas incomodava pouco. O plano de forçar o erro adversário quase funcionou quando Jadielka deixou a bola cair nos pés de Rodriguez. O chute foi pra fora. Mas a Inglaterra cometeria o segundo erro. Desta vez, fatal. No contra-ataque, Gerrard errou o bote em Lodeiro. Cavani abriu como opção na ponta esquerda, foi acionado e cruzou pra Suárez marcar. A tática ajudou.Fazia parte do plano de Tabárez o avanço de Cavani pra encostar em Suárez quando o Uruguai atacava. Com a bola, o 4-1-4-1 variava pro 4-4-2. Deu certo. Pro segundo tempo, o Uruguai voltou com a marcação mais adiantada. Pra matar o jogo. Cavani teve a chance, mas desperdiçou. A Inglaterra reagiu. Barkley e Lalana deram sangue novo ao ataque. A celeste recuou cedo demais. Rooney não perdoou: 1x1. Pra tirar o time do sufoco, Tabárez liberou Cavani pra jogar mais fixo com Suárez. A pressão diminuiu. Num chutão de Muslera, Cavani disputou a bola no alto com Gerrard e ela sobrou pra Suárez. Mais uma vez, o duelo Cavani x Gerrard decidiu. O instinto assassino de Suárez na área encerrou a história do jogo. E deu início à saga do Uruguai na Copa 2014. O fantasma de 1950 renasce. Alguém duvida de que ele pode assombrar o mundo de novo? Eu não.>