Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Darino Sena: A urna pune

  • Foto do(a) author(a) Darino Sena
  • Darino Sena

Publicado em 4 de outubro de 2016 às 06:00

 - Atualizado há 3 anos

Os candidatos vindos do esporte foram mal nas urnas em Salvador no último domingo. Nenhum conseguiu se eleger vereador. O caso mais emblemático é o do ex-presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, afastado do cargo pela Justiça, há três anos.Em 2000, oito anos antes de assumir o clube, Marcelo foi eleito vereador da capital com 11.547 votos. Dois anos depois, ganhou o pleito para deputado federal com 52.389 votos, sendo 17.640 desses aqui na cidade. Em 2006, se reelegeu deputado federal com um recorde pessoal, 92.253 votos em todo o estado, sendo 13.320 em Salvador. Tudo isso antes de entrar no futebol.Depois que virou cartola, Marcelo não conseguiu manter o mesmo desempenho nas urnas. Em 2010, já como presidente do Bahia, tentou a segunda reeleição para deputado. Os 61.760 votos (11.955 na capital) não foram suficientes para manter o dirigente em Brasília. Ele ficou na suplência.Este ano, na busca pelo segundo mandato como vereador, recebeu 4.179 votos. Com o pior desempenho dele nas urnas da cidade, Marcelo ficou longe de uma vaga na Câmara municipal. Domingo passado, Marcelo Filho teve quase um terço da votação para o mesmo pleito atingida há 16 anos, quando não tinha no currículo a palavra “cartola”.Tal o pai Marcelo Guimarães, o pai, também sofreu nas urnas depois que deixou o Fazendão. Antes de entrar no Bahia, foi eleito duas vezes consecutivas como deputado estadual. Em 2002, já presidente, garantiu o terceiro mandato seguido. Mas em 2008, três anos após deixar o tricolor, não conseguiu emplacar a quarta eleição para a Assembleia Legislativa do estado.Antigamente...  Em outros tempos ser cartola de Bahia ou Vitória era sinônimo de prestígio eleitoral. Osório Vilas Boas, mandatário tricolor nas décadas de 50 e 60, foi eleito cinco vezes para a Câmara municipal. Ele presidiu a Casa de 1989 a 1990 e de 1991 a 1992. Em 1991, Osório chegou a assumir interinamente a prefeitura de Salvador.  Villas Boas também foi deputado estadual, de 1967 a 1969, quando acabou cassado pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5).Paulo Maracajá, nos anos 80 e 90, também foi vereador (1976-1982) e deputado estadual (1982-1994). Paulo Carneiro, ex-manda-chuva do Vitória, foi vereador (1992-1994) e deputado estadual por dois mandatos consecutivos (1995-1999 e 1999-2003).De fora Também não se elegeram vereadores de Salvador este ano o campeão brasileiro de 1988 pelo Bahia, Zé Carlos (1.239 votos), o ex-atacante de Bahia e Vitória, Marcelo Ramos (948 votos), o boxeador Reginaldo Hollyfield (1.917 votos) e o treinador de boxe Luiz Dórea (3.111 votos).Órfão A ESPN Brasil demitiu semana passada o jornalista José Trajano. Fiquei órfão. Cresci ouvindo Trajano. Desde o antigo Cartão Verde, na TV Cultura, onde ele dividia a bancada com Juca Kfouri, Armando Nogueira e Flávio Prado. Trajano foi uma pessoa essencial na minha formação cívica e futebolística. Pela personalidade forte, opiniões contundentes e, sobretudo, por não ter medo de se indispor. Especialmente por esta última qualidade, Trajano é uma figura rara num meio dominado por bajuladores, corporativistas, “oba-obistas” e afins. Minha admiração por Trajano, que fique claro, nada tem a ver com suas posições políticas, às quais eu respeito, mas sou quase totalmente contrário. Admiro o profissional. Sim, nesses tempos de cólera política irracional, é possível estimar e respeitar a quem se discorda. Por que não? Gosto de gente autônoma, corajosa e sincera. Esse torcedor do “Ameriquinha” construiu uma carreira vigorosa sendo assim. Sou fã de José Trajano, aquele que o publicitário Washington Olivetto definiu “o melhor mau humor da TV brasileira”. Que desfalque... Trajano já faz muita falta na minha telinha. Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras