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Donaldson Gomes
Publicado em 26 de junho de 2025 às 05:00
A descoberta do milho >
Uma das certezas que a Bahia Farm Show 2025 trouxe foi a de que o uso do milho como uma fonte energética é uma realidade. A cultura, que ganhou espaço no processo de rotação da soja, está ganhando vida própria no mercado de biocombustíveis, com investimentos significativos, como é o caso da Petrobahia, por exemplo, que aposta numa biorrefinaria de R$ 1 bilhão, em parceria com a Impacto Bioenergia, a J&H Sementes e a empresa norte-americana ICM, além de outros produtores importantes da região. O uso do milho para produção do etanol faz brilhar os olhos de muitos produtores rurais baianos por conta de um subproduto deste processo, o DDG, é riquíssimo em proteínas e pode ser usado para a alimentação animal. Com uma tonelada de milho, é possível produzir 420 litros de etanol e 130 quilos de DDG, estima o produtor rural Celito Missio. “A disponibilidade deste farelo para a alimentação animal indica que caminhamos para nos tornarmos uma potência na pecuária”, aponta. >
Alta nacional>
Em dez anos, a produção do etanol a partir do milho no Brasil cresceu 10 vezes, de acordo com levantamento da Unica, entidade que representa a indústria da cana-de-açúcar no Brasil. Na safra encerrada em março, foram produzidos 8,2 bilhões de litros de etanol a partir do grão, o que representou uma alta de 31% em relação ao período anterior. Para os próximos anos são esperados R$ 40 bilhões em investimentos na ampliação da produção. Estão previstas 16 novas usinas no país, que irão se juntar a 25 atualmente em operação. A Inpasa, que já produz no Mato Grosso e Maranhão, pretende inaugurar uma unidade em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia. É milho que não acaba mais. >
Ócio destrutivo>
O primeiro trimestre de 2025 foi desafiador para a indústria química brasileira, com quedas em todas as variáveis monitoradas no Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Abiquim. Em comparação com o mesmo período de 2024, a produção recuou 3,8%, as vendas internas caíram 2,6% e o Consumo Aparente Nacional (CAN), que engloba a produção somada às importações e subtraídas as exportações da amostra RAC, registrou uma retração de 5,3%. Os números escancaram a perda de competitividade do setor no cenário global, especialmente diante da concorrência desleal de insumos importados, sobretudo dos EUA e da Ásia, além dos altos custos de energia, gás natural e tributação. A utilização da capacidade instalada atingiu um patamar médio de 62%, uma queda de três pontos percentuais em relação aos 65% registrados no mesmo período de 2024 e o menor nível médio de operação de toda a série histórica da entidade, que remonta a 1990. Ao contrário do conceito de ócio criativo, imortalizado pelo italiano Domenico De Masi, esta ociosidade é destrutiva e o país não deveria pagar para ver onde isso vai dar. >
Olho no gás>
A Copa Energia, maior empresa de distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) na América Latina anunciou a aquisição de 36% da GNLink, especializada na distribuição de Gás Natural Liquefeito (GNL) com uma planta de liquefação em Itabuna. A transação aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). O GNL é uma solução energética que permite o transporte e armazenamento do gás natural em estado líquido, viabilizando o atendimento a regiões sem infraestrutura de gasodutos. O investimento será integralmente destinado aos projetos da GNLink. Fundada em 2022 e sediada no Rio de Janeiro, a GNLink iniciou suas operações em 2024 e vem se destacando pelo compromisso com soluções energéticas sustentáveis. Até o final de 2025, a empresa será a única fornecedora de GNL no país com três plantas operacionais.>
Nos ares>
A região Nordeste é o destino com a maior demanda de voos nas férias de julho. A rota que conecta Brasília à Bahia ficou em terceiro lugar com um aumento de 17%. O primeiro lugar ficou com a rota saindo da capital federal até Pernambuco, com 44%. O segundo lugar foi ocupado pelo destino São Paulo- Paraíba, com um aumento de 20% na demanda. Todos os dados são em comparação ao mesmo período de 2024. As companhias aéreas brasileiras ampliaram em 6% a oferta de assentos para voos domésticos durante as férias de julho de 2025 em relação ao mesmo mês do ano passado. No total, 11 milhões de assentos foram disponibilizados, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Ao todo, estão programados 68,3 mil voos para julho.>