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O povo não pode pagar a conta

Precisamos abandonar o confronto e buscar reconstruir canais de diálogo com os Estados Unidos. Não por submissão, mas por responsabilidade

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  • Editorial

Publicado em 18 de julho de 2025 às 05:00

A Bahia atravessa um momento especialmente difícil. O estado, que está entre os líderes na taxa de desocupação do país, enfrenta agora a perspectiva de um agravamento desse cenário com a entrada em vigor, a partir de 1º de agosto, do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A medida impõe uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados ao mercado americano e deve impactar diretamente diversos setores econômicos. Segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), só no seu setor, o efeito imediato será a eliminação de cerca de 10 mil postos de trabalho no estado, o que aprofundará ainda mais a crise no mercado de trabalho local. A indústria de celulose, pneus e cacau serão as mais afetadas pelas tarifas.

Esse cenário se agrava diante da postura adotada pelo governo brasileiro em relação aos Estados Unidos. A decisão de Trump é desproporcional e injusta, mas foi facilitada por uma política externa marcada pela imprudência. O presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva contribuiu para o enfraquecimento das relações diplomáticas com a maior economia do mundo ao adotar um tom ideológico e confrontador.

Não custa relembrar novamente que, durante as eleições americanas de 2024, o chefe de Estado brasileiro se posicionou publicamente a favor da adversária de Trump, Kamala Harris. Além disso, Lula reiterou críticas ao governo americano em encontros internacionais, como os Brics, e se alinhou a regimes que são alvo de sanções dos Estados Unidos, como o Irã, além de manter ataques constantes a Israel, principal aliado de Washington no Oriente Médio.

A consequência dessa diplomacia é o isolamento do Brasil e a perda de espaço em mercados estratégicos. O resultado direto é o aumento do desemprego, a desaceleração econômica e o fechamento de empresas que dependem das exportações. A Bahia agora corre o risco de ser sacrificada em nome de uma diplomacia que abandonou o bom senso e o pragmatismo.

O governo federal não pode se esconder atrás de discursos retóricos enquanto os trabalhadores vivem o medo de perder sua fonte de renda. As relações internacionais devem ser guiadas pela defesa dos interesses econômicos, comerciais e estratégicos da nação - e não pela vontade de agradar aliados ou fazer declarações de efeito.

Precisamos abandonar o confronto e buscar reconstruir canais de diálogo com os Estados Unidos. Não por submissão, mas por responsabilidade. O Brasil precisa de parceiros e estabilidade para crescer. O que não pode é o povo pagar a conta por irresponsabilidades.