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Os micos do Brasil na COP-30

A COP-30, que deveria ter consolidado o Brasil como protagonista ambiental, expôs improviso, incoerência e falta de planejamento

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  • Editorial

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 05:00

A COP-30 era a oportunidade perfeita para o Brasil se afirmar como uma liderança global na agenda climática. Era. O que se viu em Belém, porém, foi um vexame internacional que ficará marcado como um episódio desastrado da história brasileira em anos recentes.

O governo federal, um dos principais responsáveis pela organização, permitiu que o país pagasse mico atrás de mico diante do mundo, num evento que deveria simbolizar compromisso, seriedade e capacidade de execução.

O fiasco começou antes mesmo das reuniões oficiais. Hospedagem a preços abusivos, com casas anunciadas a até US$ 5 mil por dia. Os que conseguiram pagar as cifras astronômicas encontraram nas lanchonetes da área oficial um cenário igualmente desconcertante: água a R$ 25, coxinha a R$ 45, brigadeiro a R$ 20.

A ONU enviou uma carta dura aos organizadores cobrando correções imediatas após alagamentos, problemas de segurança e o episódio mais grave: manifestantes quase invadindo a área restrita onde ocorrem negociações diplomáticas.

Como se não bastasse, veio o símbolo definitivo do desastre: um incêndio atingindo os pavilhões da COP, o que provocou correria, desespero e imagens de participantes descendo escadas sob gritos de “fogo” em vários idiomas. A organização afirmou que tudo estava “sob controle”, mas esse tipo de incidente, em um evento desse porte, revela falhas graves que não podem ser minimizadas. E isso tudo num evento cujo orçamento foi de R$ 1,03 bilhão.

Internacionalmente, o constrangimento foi evidente. O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, declarou publicamente que ele e sua comitiva ficaram “contentes” por deixar Belém.

E, no cenário já marcado por falhas, ganhou força a crítica que comprometeu de vez a credibilidade brasileira na COP-30: a própria incoerência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto nos palcos da conferência o petista defendia o fim dos combustíveis fósseis, seu governo autorizou uma nova frente de exploração de petróleo na Margem Equatorial, na Foz do Amazonas.

A verdade é que a COP-30 deveria ter consolidado o Brasil como um protagonista ambiental. No lugar disso, expôs improviso, incoerência, falta de planejamento e uma organização incapaz de garantir o básico.

O Brasil merecia mais. O mundo também.