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Os deputados que votaram contra o PL Antifacção, o baque no governo Jerônimo e a parceria do atraso na BR-324

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 05:30

Doze deputados federais baianos votaram contra PL Antifacção
Doze deputados federais baianos votaram contra PL Antifacção Crédito: Ilustração IA

Os 12 deputados federais baianos vão precisar explicar ao povo do estado por quê votaram contra o PL Antifacção, aprovado nesta semana pela Câmara Federal por ampla maioria. Os parlamentares preferiram seguir a ordem do governo petista e votaram contra a matéria, que moderniza e endurece os mecanismos de combate ao crime. São eles: Alice Portugal e Daniel Almeida, do PCdoB; Bacelar (PV); Ivoneide Caetano, Jorge Solla, Joseildo Ramos, Josias Gomes, Waldenor Pereira e Zé Neto, do PT; Lídice da Mata (PSB); e João Carlos Bacelar (PL). O problema do voto contrário ao projeto é que estes deputados representam a população do estado mais violento do Brasil, que vive amedrontada com o avanço das facções, não apenas somente nos grandes centros, mas até mesmo nas pequenas cidades. Estas organizações desafiam o estado, se apossam de territórios, aterrorizam o povo e espalham violência, diante omissão dos governos petistas nos últimos anos em enfrentar esta situação.

O recado das urnas

Os parlamentares que votaram contra já estão sendo chamados de inimigos do povo e são alvo de protestos nas redes sociais. Uma publicação questiona: “precisam decidir se estão do lado de Lula ou do povo, se querem paz para o brasileiro ou se defendem os interesses do crime”. No meio político, já há quem diga que o posicionamento poderá afetar significativamente a votação destes 12 deputados nas eleições do próximo ano, visto que todas as pesquisas apontam que a população anda cansada da violência desenfreada na Bahia.

Parceria do atraso

A propagada parceria entre os governos federal e estadual na Bahia deu mais um sinal de fracasso nesta semana com a situação da BR-324, que superou a marca de 840 acidentes em 2025, com 55 mortos e 968 feridos. A promessa dos governos do PT era uma solução rápida para o problema da rodovia após o cancelamento da concessão da ViaBahia, mas o que se vê é que o abandono continua. A estrada enfrenta péssimas condições, o que gera ainda mais preocupações no período em que se aproximam as festas de final de ano. Se soma a isso a situação da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, cuja solução do PT também prometia ser célere e até agora nada foi feito. O desvio utilizado pelos motoristas segue em situação precária, o que vem gerando protestos. E mais uma vez fica claro: a tal parceria, tão prometida pelos petistas, ficou apenas na propaganda.

Baque forte

Embora oficialmente membros do governo Jerônimo tentem minimizar as saídas dos deputados estaduais Nelson Leal (PP) e Cafu Barreto (PSD), que migraram para a oposição, o baque para o grupo petista no estado foi grande, conforme admitem lideranças da base aliada. Nelson, além de muito experiente, foi presidente da Alba e conhece a Bahia como poucos, enquanto Cafu tem forte atuação na região de Irecê, importante reduto eleitoral do PT. Tanto é que o PT tem usado seus canais e ferramentas para atacar ambos e tentar desqualificá-los. Entre deputados governistas, o clima é de preocupação. Dois deles ouvidos pela coluna dizem que Jerônimo deveria “entregar mais e viajar menos”, ressaltando que há sim um clima de insatisfação. E alertam que, no atual cenário, há possibilidade de outras baixas no grupo. O movimento de migração ganhou corpo, criou expectativa entre lideranças do interior e já é dado como inevitável por parte da própria base, que enxerga o esvaziamento político do governo como um processo em curso.

Portas abertas

Assim que oficializou sua saída da base governista, o deputado Cafu disse que também deseja ver o senador Angelo Coronel (PSD), a quem é muito ligado, como candidato à reeleição pelo grupo da oposição, na majoritária com ACM Neto (União Brasil). Interlocutores do governo interpretam, na verdade, a saída de Cafu como uma espécie de antessala para o desembarque de Coronel, em razão até da fritura promovida por petistas entusiastas de uma chapa puro-sangue em 2026, ignorando o peso político e eleitoral do PSD na Bahia.

Viva o 44!

Por falar na família Coronel, até o aniversário do deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD) virou ingrediente político esta semana. Na sessão da última terça na Assembleia Legislativa, o deputado Júnior Nascimento (União Brasil) parabenizou o filho do senador pelo aniversário de 44 anos e emendou, com malícia calculada: “Viva o 44!”. Até o líder do governo, Rosemberg Pinto, petista roxo, não resistiu e caiu na gargalhada.

Nada a ver

A união do deputado estadual Matheus Ferreira (MDB) com a ex-prefeita de Lauro de Freitas Moema Gramacho (PT) passou quase despercebida na política baiana. Mas quem acompanhou chamou a atenção para o caráter “nada a ver” da parceria entre o filho do vice-governador Geraldo Júnior e Moema. No próprio vídeo divulgado por ambos nas redes sociais deu para ver que a união não tem nada de orgânica, diante do constrangimento evidente de ambos.

Enfraquecida

Por falar em Moema, a ex-prefeita decidiu bancar mesmo uma candidatura a deputada federal nas eleições do ano que vem, contrariando os conselhos dados por aliados petistas, que sugeriram a ela disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Internamente, a avaliação é que Moema está enfraquecida tanto em Lauro de Freitas quanto na região metropolitana e que tem tido dificuldades para conquistar apoios no interior.

Tem gorgulho nesse feijão

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) pode virar mediador para tentar resolver as controvérsias do contrato de concessão da BA-052, a famosa Estrada do Feijão, após uma série de irregularidades apontadas pelos auditores. O processo foi levado ao plenário e o conselheiro relator Gildásio Penedo encaminhou pedido para que a presidência do TCE avalie uma solução consensual, porque o imbróglio envolve questões jurídicas, econômicas e regulatórias de alta complexidade. Nos bastidores, circula a máxima de que ‘tem gorgulho nesse feijão’. Esse novo caso faz muita gente lembrar da lastimável concessão da ViaBahia, que se foi para não deixar saudade. Especialistas da administração pública brincam que, ao que parece, o PT faltou às aulas de concessões de rodovias, porque seja no plano federal, seja no estadual, a legenda acumula experiências inglórias. Agora o TCE está tentando salvar o caldo antes que o feijão azede de vez.

Cautela

O prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), voltou de um evento empresarial em São Paulo que teve a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) com o freio de mão totalmente puxado em relação à adesão que vinha ensaiando ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). Disse que o momento pede “cautela” e passou a dizer que não pode mais ignorar o fato de que a população da sua cidade é maioritariamente inclinada à direita. Para quem já chamou o secretário de Relações Institucionais de Jerônimo, Adolpho Loyola (PT), de “maestro” da articulação política, Marabá já começa a dar sinais que está fora dessa orquestra.

Manobra

A sessão de terça-feira na Assembleia deixou um rastro de irritação entre os deputados depois da manobra articulada pelo líder do governo, Rosemberg Pinto, com o patrocínio da presidente Ivana Bastos (PSD), que leu apressadamente um requerimento de urgência para o empréstimo de R$ 2 bilhões requerido pelo governador Jerônimo. O texto foi colocado em votação simbólica num momento em que apenas 15 dos mais de 40 deputados da base estavam no plenário. Nem a intervenção da oposição conseguiu reverter o desatino, e Ivana ainda tentou repetir a operação com outro pedido de urgência, desta vez para um empréstimo de R$ 300 milhões, barrado pela verificação de quórum solicitada pelos oposicionistas. O jeito foi Rosemberg recuar e retirar o requerimento. A corrida da presidente para tentar entregar uma vitória ao governo terminou como uma manobra que deixou a própria base constrangida.