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Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 06:33
- Atualizado há 3 anos
Levando em conta apenas a razão, esse ser intangível, inanimado e passível de discussão, é preciso concordar: com rodízio, sem reforços, Gabriel de vermelho e preto, e Zé Roberto em outra empreitada pela melhor forma - ainda assim, o elenco era mais que suficiente para passar num grupo formado por 11º e 12º da Série B 2012 e o time eliminado ainda na primeira fase da Série D com o quarto lugar entre cinco clubes, atrás, inclusive, do Feirense. Mais que suficiente para um mata-mata com Campinense, Asa, ABC, Santa Cruz... O bastante para disputar e quem sabe vencer a Copa do Nordeste.Mas a razão, esse ser tão controverso, tem razões que a própria razão desconhece. E quem dá ouvidos à razão quando os resultados mostram que os senhores da bola não tinham lá tanta razão assim? Suficiente e qualificado são dois conceitos que o Bahia costuma usar equivocadamente, e talvez propositadamente, como sinônimos. Quem tem o suficiente está suscetível ao tropeço; quem tem qualidade é um precavido contra os imprevistos.Alguém precisa avisar ao Bahia, e a alguns torcedores, que o Brasileiro por pontos corridos tem 38 rodadas, e não apenas as 19 do segundo turno. A avaliação de um grupo num campeonato longo e equilibrado como a Série A leva em conta as oscilações apresentadas durante os sete meses de bola rolando - e não só as do período apontado como o da “evolução”. Esse Bahia foi 15º colocado, não o 5º do segundo turno. O que, faço questão de deixar claro, não diminui em nada o mérito técnico de Jorginho.O que é preciso avaliar agora é se o elenco suficiente para o Baiano ganha qualidade com as chegadas de Toró, Obina, Pablo, Magal, Rosales e Adriano Michael Jackson; se é preciso (e possível) mudar; se é esse o momento de contratar; se há boas opções no mercado e dinheiro em caixa; avaliar o caminho traçado e o percorrido. Restam 33 dias para isso. Passada a tragédia, é usar todo esse tempo para fazer do Bahia algo melhor do que um time meramente aplicado, como se viu no Brasileiro. Claro, certamente buscar algo melhor que a equipe desequilibrada que se viu na Copa do Nordeste. Talvez um grupo com objetivos claros. ContrasteQuando entra firme no mercado, disposto a contratar, o Vitória manda um recado direto a jogadores, comissão técnica, torcida, adversários e ao próprio Bahia: “temos ambição”. O objetivo traçado de imediato pela diretoria foi anunciado ainda na pré-temporada: “queremos a Libertadores”. Demais logo no ano do retorno à Série A? Talvez. Mas mirando a Libertadores, o Vitória está mais perto de fazer um bom Brasileiro. Quem busca o meio da tabela acaba quase sempre lutando para não cair.Time idealEncerro a coluna com alguns minutos de bola rolando para Ceará e Vitória. O suficiente apenas para notar que Caio Júnior não pretende perder tempo: mandou a campo o que considera ter de melhor. Aposta num meio-campo de mais qualidade e um centroavante fixo. A princípio, Mancha como primeiro homem, Luís Alberto dando vazão à saída de bola, Cajá no meio, Escudero pela esquerda, Cáceres pela direita. Nicácio veste a 9. Talvez tenha mexido muito, e muito bruscamente. Só o resultado vai dizer. Não tiraria Marquinhos, ao menos não agora, com cinco assistências e um gol. Mas confesso que apesar do bom momento, fico sempre procurando o camisa 11 de 2008. Não achei no Palmeiras ou Flamengo. Vi um vulto daquele jogador em 2011. Sumiu! E nunca mais apareceu.>