Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Publicado em 9 de junho de 2025 às 05:00
Se antes os critérios ESG — sigla para Ambiental, Social e Governança — pareciam exclusividade de grandes corporações, hoje estão cada vez mais presentes também no universo das micro e pequenas empresas. O que era tendência virou exigência do mercado. Quem não acompanhar esse movimento corre o risco de perder espaço. >
Adotar práticas ESG não é apenas questão de imagem. Elas contribuem para reduzir custos, aumentar produtividade, prevenir riscos e fortalecer a reputação das empresas. Além disso, tornam o negócio mais atrativo para instituições financeiras e investidores, já que são percebidos como menos arriscados.>
Essa mudança é visível em toda a cadeia produtiva. Grandes empresas vêm exigindo de seus fornecedores, muitas vezes pequenos negócios, o cumprimento de critérios ambientais e sociais. O efeito cascata é inevitável.>
Neste mês do Meio Ambiente, o tema ganha ainda mais relevância. É o momento ideal para repensar práticas, reforçar compromissos e estimular iniciativas sustentáveis, principalmente nos pequenos negócios, que representam a maior parte das empresas brasileiras e têm grande potencial de transformação nos territórios onde atuam.>
É possível começar com ações simples, de baixo custo e impacto real. Trocar lâmpadas convencionais por modelos LED pode reduzir em até 80% o consumo de energia. Combater desperdícios, reparar vazamentos, reduzir uso de papel e capacitar colaboradores geram economia e melhoram o ambiente de trabalho.>
Além disso, o consumidor mudou. Está mais atento ao impacto social e ambiental dos produtos e serviços. Negócios locais, prestadores de serviço e e-commerces ganham destaque quando demonstram compromisso com práticas sustentáveis e éticas.>
As ações ESG também se conectam aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, uma proposta de desenvolvimento global mais justo, sustentável e inclusivo. Pequenos negócios podem — e devem — fazer parte dessa transformação.>
Para apoiar essa jornada, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) lidera o HUB ODS Bahia, iniciativa da Rede Brasil do Pacto Global, que oferece capacitações gratuitas e ferramentas para empresas implementarem práticas ESG.>
Além disso, a ABNT lançou a norma ABNT PR 2030, que permite às empresas obterem um reconhecimento formal de suas práticas.>
Para valorizar empresas baianas comprometidas com o desenvolvimento sustentável, a Fieb realiza a 15ª edição do Prêmio Indústria Baiana Sustentável, que inscreve até 18 de junho. A premiação será dia 27 de agosto, durante a INDEX – Feira da Indústria.>
A transição para um modelo de negócios mais responsável já está em curso. Os pequenos negócios não só podem, como devem liderar mudanças reais no território onde atuam, com criatividade, engajamento e soluções acessíveis.>
Arlinda Negreiros é gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Fieb e Geane S. de Almeida é engenheira ambiental da Fieb.>