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Filtrar também é escutar (e sentir)

O desafio contemporâneo de lidar com tanta informação

  • Foto do(a) author(a) Gabriela Cruz
  • Gabriela Cruz

Publicado em 20 de abril de 2025 às 08:00

DETUDO
O filtro pode ser visto como ato de cuidado e consciência Crédito: Thainá Dayube

Em tempos de excesso, o verdadeiro luxo é saber filtrar. Escolher o que entra — e, sobretudo, o que fica. Estamos vivendo uma era de hiperconexão, de notificações incessantes, de conteúdos que se atropelam. E o que parecia ser um caminho para a atualização constante virou um ciclo de ansiedade: a impressão de que estamos sempre um passo atrás, perdendo alguma coisa, correndo para alcançar o inalcançável.

É por isso que o filtro virou ferramenta de sobrevivência emocional e mental. Saber filtrar é criar bordas. É estabelecer o que merece a nossa atenção, o que alimenta a alma, o que conecta com quem somos — e não apenas com o que o mundo exige que a gente seja. E às vezes, tudo começa com um gesto simples: parar para escutar.

Cuide de você com pequenas ações diárias:

1. Escreva sem filtros: coloque tudo o que sente no papel, sem julgamentos. Depois, rasgue. Liberte-se de dentro para fora.

2. Aprenda a dizer "não": respeitar seus limites é fundamental. Dizer "não" traz leveza e mostra onde você termina e o outro começa.

3. Leia algo que te faça refletir: troque a distração das telas por leituras que aprofundem o autoconhecimento.

4. Organize um canto de casa: ao cuidar do seu ambiente, você também cuida de si. Um espaço organizado reflete um interior mais leve.

5. Abrace o silêncio: o que surge quando o barulho desaparece? Muitas vezes, as respostas estão ali.

#reconexão

E por falar em reconexão, tem muita gente redescobrindo que rolê não é só tomar uma no bar. Os rolês agora tão bem variados, diurnos e tão satisfatórios quanto: saídas com grupos de corrida ou de bike, oficinas de cerâmica, pintura, bordado e até de pão... Tem quem esteja se permitindo estar só e aproveitando. O foco muda. O objetivo também: não é mais postar, nem monetizar. É só viver a experiência. Sentir, expressar, respirar longe das telas.

#cores_que_tocam

Uma forma potente de se reconectar com o essencial vem da cor. Em abril, mês que celebra o Sistema Braille, a Coral lançou o projeto Cores que Tocam. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a VML Brasil e com apoio técnico da Fundação Dorina Nowill para Cegos, promete tornar 70 tonalidades do seu portfólio acessíveis a mais de 6 milhões de pessoas com deficiência visual no país. O projeto parte de uma premissa validada por estudos de neurociência: as cores também se manifestam no cérebro das pessoas cegas por meio de emoções, memórias e sensações. É mais uma forma de sentir o mundo — e de filtrá-lo a partir daquilo que realmente importa.

#hub_criativo

O Estúdio agá, localizado no Santo Antônio Além do Carmo, se consolidou como um hub criativo dividido em cinco frentes: loja de obras exclusivas assinadas por Hori – designer e empresário criador do lugar - assinadas e impressas em fine art, com certificado de autenticidade; mentoria criativa; corredor de arte para exposições temporárias, projetos de design e aluguel para eventos (a partir de maio, o espaço estará disponível para encontros criativos, lançamentos e experiências autênticas). Para saber mais, basta acessar @estudioaga.

#avenida_sete

Se a ideia é se conectar com boas histórias, vale assistir à websérie Na Avenida 7, dirigida pelo documentarista baiano Léo Veneza. A produção retrata o cotidiano vibrante da região a partir das experiências de Edna, Nalvinha e Lívia — três mulheres negras empreendedora que vivem o território com afeto, luta e identidade. Os três episódios já estão disponíveis no YouTube.

#feira_de_caxixi

#Quem puder dar uma escapada no fim de semana, a dica é visitar a Feira de Caxixi, em Nazaré (terra da minha família). Um dos eventos culturais mais antigos do Brasil, com mais de 200 anos de história, a maior exposição de artesanato de rua da América Latina é reconhecida por sua forte influência afro-indígena. A principal atração é a cerâmica de Maragogipinho — tradição que atravessa gerações e mantém viva a memória do fazer manual.

#recado

O mundo não vai deixar de ser muito. Mas a gente pode começar a ser menos para ser mais. E, às vezes, tudo começa com uma música. Uma cor. Um silêncio. Um gesto.

A De Tudo que eu Vejo é uma coluna quinzenal assinada pela jornalista Gabriela Cruz, que no Correio já passou por diversas editorias em 18 anos de atuação e hoje é editora de Conteúdo de Projetos no Estúdio Correio. Além de escrever, atua como pesquisadora de tendências e é ilustradora no projeto que leva o mesmo nome da coluna. Saiba mais aqui.