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Giácomo Mancini: Colunista narra suas aventuras gastronômicas na capital italiana

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2011 às 13:28

 - Atualizado há 2 anos

Roma. A primeira lembrança que vem sempre à minha memória é o Fórum Romano. Quanta história aquelas ruínas testemunharam. Julio Cesar. Não. Pensando bem, a primeira imagem que surge é a Fontana di Trevi. Marcello Mastroianni e Anita Ekberg em La Dolce Vita. Ou melhor, a Piazza Navona, com suas fontes e pintores. Pensando bem, o Coliseu é a imagem mais forte da Roma antiga. E o Vaticano? Aliás, pensando muito bem, Roma é tão grandiosa que é impossível se ter uma referência única na memória. Nas imensas avenidas, nas ruas, nas vielas, se revela sempre um pedaço da história da humanidade. E se revelam também lugares fantásticos para uma refeição sem pressa, deliciosa, carregada de sentimento, além dos temperos das Nonas ou dos chefs mais modernos. Mas também não é necessário fugir dos lugares mais turísticos. Comer é uma diversão e um prazer para os italianos, mas eles levam a cozinha a sério. Comemos uma bela pizza na Piazza Navona. Massa excelente, ótimo queijo e um molho de tomate como só os italianos sabem fazer. E, apesar de ser um lugar que vive lotado de turistas, não pagamos caro. Alegria  Na Piazza Della Maddalena, tivemos um jantar que foi uma grande diversão. Quando chegamos, notamos que um casal de italianos dava muita risada com uma massa com frutos do mar que tinha sido servida. O prato era fundo, imenso, amarelo, quase uma travessa. Eu e Giuliana pedimos risotto. Patrícia resolveu pedir uma massa com frutos do mar. Pedidos feitos, eu brinquei que o prato que Pat tinha pedido era igual ao que tinha feito nossa vizinha de mesa dar imensas risadas. Era uma brincadeira. Que virou realmente diversão quando o garçom trouxe os pratos. Era o mesmo pedido. Um prato fundo, imenso, amarelo, quase uma travessa. E estava fantástico. Claro, eu tive que ajudar a dar cabo de tanto macarrão. Mas a grande surpresa estava reservada para o almoço do último dia. Depois de quatro horas andando pelo Fórum Romano e pelo Coliseu com uma guia especializada em História Romana, claro que deu fome. Abusei do conhecimento, não de história, mas de gastronomia, e pedi que ela indicasse um restaurante onde comem os romanos. Ela nos levou a uma rua pequena, perto do Coliseu, num lugar onde só se ouve italiano. Naumachia é o nome do restaurante. Toda a famiglia trabalha. A Nona cuidando da cozinha, a filha atendendo o balcão e os netos como garçons. Teresa, a guia, avisou: homens quase sempre pedem Bucattini all'amatriciana. É um prato forte, picante e substancioso. Eu pedi, claro. Essa receita sofreu variações importantes ao logo do tempo. A original, criada na cidade de Amatrice, que fica a 100 quilômetros de Roma, não levava tomate nem pancetta (bacon). A gordura original vinha do ‘guanciale’, a bochecha de porco curada, que pode ser substituída pela pancetta. Os pastores levavam consigo pedaços de guanciale curado, queijo pecorino também curado, e isso era tudo de que se necessitava para fazer uma boa amatriciana, junto a um punhado de grãos de pimenta preta. Rústico. Mas simples, como deve ser a comida dos pastores. Mas em Roma o spaghetti foi substituído pelo bucattini ou rigattoni e o tomate, a pimenta vermelha e o parmesão entraram na receita. Já a pimenta e o pecorino permanecem. Sábado, uma hora da tarde. Um almoço tranquilo, com o vinho da casa, um gelato e um spresso. Depois, voltamos a ser turistas, andando pela cidade sem pressa, sem deixar de admirar a arquitetura romana e notando as marcas que o tempo  foi deixando por todo o lugar. E deve ser por isso que os romanos sempre estão com pressa. A cidade é eterna. Nós não somos eternos.SERVIÇOCaffé Domiziano: Piazza Navona, 88/89. RomaZio Ciro: Piazza Della Maddalena, 8. RomaNaumachia: R. Celimontana, 7. Roma CLIQUE NA IMAGEM ABAIXO PARA AMPLIAR