Giácomo Mancini: O Malbec em alta

Qual o melhor Malbec que você provou? Qual o seu Malbec predileto? Qual o Malbec que cabe melhor no seu bolso? Há uma variedade tão grande de produtores e de vinhos feitos a partir da uva Malbec  que realmente fica difícil eleger um único vinho como o Malbec definitivo. Por isso mesmo, pela grande variedade, o consumidor vive procurando orientação, sugestão, dicas dos vinhos com a famosa relação custo-benefício. Para isso, há revistas especializadas, há críticos especializados e há os enólogos e sommeliers que podem ou não indicar os vinhos que provaram. Normalmente essas provas acontecem nas regiões produtoras ou em degustações organizadas pelas vinícolas ou por importadoras e distribuidoras.Foram as importadoras e distribuidoras que escolheram os 37 vinhos que participaram da degustação dos  vinhos Malbec organizada  por Juan Magliarella, no dia 4 de abril, no Restaurante Amado, com a chancela de representantes da ABS . Participaram da prova, às cegas, dois júris. Um técnico, formado por quatro sommeliers, e outro  formado por chefs de cozinha e enófilos. Os dois grupos tinham notas com pesos diferentes, uma metodologia sugerida pela ABS, a Associação Brasileira de Sommeliers. Os vinhos foram divididos em três grupos. O primeiro, 15 garrafas que custam, no mercado, até R$ 50. Dois vinhos empataram como os melhores da categoria. O Família Gascón Malbec 2011, que tem o preço sugerido de R$ 38, e Telteca Anta Malbec 2009, que tem preço sugerido de R$ 29,90. Os dois tiveram 79 pontos. Em terceiro, também empatados com 74 pontos, ficaram o Alamos Malbec 2011 (R$ 37,60) e o Portillo Malbec 2011 (R$ 36).No segundo grupo, foram analisados 14 vinhos de até R$ 100. E houve novo empate. Dois vinhos levaram 85 pontos: Secreto de Viu Manent Malbec 2009 (R$ 65) e Kaiken Ultra Malbec 2009 (R$ 86,60). Em terceiro, um de meus Malbec prediletos: Catena Malbec 2010 (R$ 66,50), com 83 pontos.  Na categoria vinhos acima de R$ 100, não houve empate. O grande campeão é um vinho que coleciona prêmios: o Bramare Malbec 2010 Lujan de Cuyo (R$ 175), que levou 92 pontos dos jurados. Em segundo lugar ficou o Fin del Mundo Malbec Reserva Single Vineyard 2009 (R$ 149) e em terceiro, aí sim, outro empate. Ficaram com 88 pontos o Linda Flor Malbec 2008 (R$ 233) e o Viu Manent Single Vineynard 2007 (R$ 133).É bom que se esclareça que passaram pela prova 37 vinhos. É uma amostra bem significativa do que produzem algumas das grandes vinícolas do Chile e da Argentina. Mas as importadoras e distribuidoras não mandaram para a prova alguns vinhos reconhecidamente excelentes (e caros ) que tornariam a escolha bem mais difícil. Mas serve como referência para quem quer melhorar ou repor a adega com vinhos que são fáceis de encontrar nas lojas de Salvador e com preços que valem entrar para a relação custo-benefício. Aliás, o vinho mais caro à prova foi o Viu 1 2007, que custa R$ 330 (87 pontos). Agora é esperar por outras degustações de mais varietais e de mais vinhos. Cesar Bagesteiro, da Mistral, está propondo uma degustação vertical de vinhos nacionais. Seria ótimo. E a Ana Import está lançando, na segunda-feira, A Confraria Ana Import. Os confrades se reunirão uma vez por mês para tratar e debater sobre assuntos ligados a enogastronomia. E, na primeira reunião, o grupo vai degustar vinhos Malbec. Decididamente, o Malbec está em alta.  E, se está em alta, abra uma garrafa para comemorar. Quer mais um motivo? dia 17, quarta-feira, é o Dia Mundial do Vinho Malbec.