Herbem Gramacho: qual é o time titular da Seleção Brasileira?

Dunga vai convocar a Seleção Brasileira hoje pela primeira vez no ano. A lista é importante não por causa dos amistosos contra França e Chile, nos dias 26 e 29, mas porque é a última antes da convocação para a Copa América. Vem na cabeça: qual é o time titular da Seleção?

Admito minha limitação, pois hesito ainda no goleiro. Pergunto a Alexandre, o amigo que vibra pela amarelinha até fora da Copa. “Rapaz, só sei a dupla de zaga. E Neymar”, responde, sem deixar de fazer a piada de que zaga boa mesmo seria com David Luiz e Gabriel Paulista, dupla que deu os primeiros passos no Vitória. Agora no Arsenal, é capaz de Gabriel ser lembrado por Dunga, hoje, mas daí a ser titular ainda tem muito chão pela frente.

Repasso a pergunta para Fernanda, a estagiária que anda naquele pique de moleque doido recém-promovido do juvenil. Ela responde em duas palavras: “Sei lá”, combinando com o semblante de quem tem coisa melhor (ou time pior) para se preocupar.

Jogando pra contrato, Miro emenda: “Diego Alves, Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; o meio-campo é que complica”.

Eis a questão.

Por meio-campo, entenda-se o coração do time. O setor que diferencia um conjunto bom de um ruim. O meio-campo da Seleção, para quem por sorte não lembra, teve Luiz Gustavo, Fernandinho e Oscar no último amistoso de 2014, uma vitória de 2x1 sobre a Áustria. Com Paulinho no lugar de Fernandinho na fase de grupos, foi esse também o meio-campo na Copa do Mundo.

Março de 2015. O que já não era bom agora está assim: Luiz Gustavo continua bem no Wolfsburg, surpreendente vice-líder do Campeonato Alemão; Fernandinho é banco no Manchester City; Oscar é banco no Chelsea.

Pode piorar. Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, que só não jogaram o último amistoso do ano passado porque Dunga não quis desfalcar os times na reta final do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, partiram dessa pra pior. Éverton trocou o Cruzeiro pelos Emirados Árabes, de onde nunca vi ninguém voltar jogando em alto nível. Goulart foi para a China. Idem.

Convém acrescentar: Talisca, uma das promessas lembradas por Dunga, virou reserva do Benfica. Roberto Firmino (lembra dele?) não tem se destacado tanto no Hoffenheim, com seis gols em 23 partidas e em 7º lugar no “Alemãozão”. Aos 32 anos, Kaká decidiu de vez pela aposentadoria e foi ganhar dinheiro nos Estados Unidos.

A esperança de novidade no setor recai sobre Philippe Coutinho, meia que já está há duas temporadas jogando o fino da bola no Liverpool e foi lembrado por Dunga no ano passado. Aos 22 anos, Coutinho parece pronto para o tamanho da responsabilidade: além da Copa América, 2015 será marcado pelo início das Eliminatórias da Copa 2018, em outubro. Já a Seleção não está pronta, apesar dos bons resultados obtidos no recomeço, após o fiasco do 7x1. VITÓRIA Escrevo estas linhas minutos antes da partida contra o América de Natal começar, mas não é preciso ter bola de cristal para ver que o cenário está preparado para a saída do técnico Ricardo Drubscky. O time joga mal, fato. Mas o principal motivo é, mais uma vez, a falta de bons jogadores. Atenção, diretoria: o elenco reprovado em 2014 foi mal reforçado em 2015. Gasta-se muito com quatro jogadores de duas posições repetidas (Jorge Wagner e Escudero, Neto Baiano e Elton), enquanto outras posições seguem carentes.