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Publicado em 29 de agosto de 2019 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
O primeiro turno da Série B terminou ontem após quatro meses de competição, sendo três de disputa efetiva e um de pausa para a Copa América. Amanhã, faltarão exatos três meses para o fim do campeonato, no dia 30 de novembro. É tempo suficiente para não permitir conclusões definitivas, mas pelo menos para apontar tendências que vão se consolidando.>
Uma quase certa é que o G4 caminha para ter apenas três vagas em aberto. O Bragantino, com média de dois pontos por jogo, dono do melhor ataque e da melhor defesa, corre a passos largos rumo à Série A 2020. Considerando que a média para conseguir o acesso é de 63 pontos, o time paulista já percorreu 60% do caminho.>
Na história da Série B por pontos corridos, aconteceu três vezes do líder do primeiro turno não subir. Foi com o Ceará em 2014, Criciúma em 2007 e Coritiba em 2006. No entanto, nenhum deles tinha 38 pontos a essa altura – o Criciúma fez 37 e os outros dois, 35. Além disso, a constância do Bragantino indica provável sucesso. Está no G4 desde a 3ª rodada e lidera desde a 7ª. >
Abaixo do líder, a briga pelo G4 está embolada. O Sport vai ao estilo do seu treinador, Guto Ferreira. Sempre no limiar da zona do acesso, invicto em casa, mas passando raiva com empates em jogos considerados fáceis de vencer.>
Já o Coritiba, segundo colocado, tem um perfil interessante: é o melhor mandante e, entre as equipes de camisa pesada nesta Série B, é a única cuja torcida está abraçada com o time. >
Para efeito comparativo e sem cobrança, o menor público do Coxa no Couto Pereira, de 15.489 pagantes, no 2x0 sobre o Brasil de Pelotas, é maior com sobras do que o máximo do Vitória no Barradão, de 9.782 no 0x0 contra o América-MG. Esse público mínimo do Coritiba é o 11º maior da Série B. Os outros nove jogos em casa registraram os nove maiores públicos da competição. A média é de 27 mil torcedores por partida.>
Por sinal, jogar no Paraná é difícil para todos. Três times paranaenses estão entre os quatro melhores mandantes: Coritiba, Operário e Londrina. O Bragantino, 3º no quesito, é o intruso. O Paraná destoa, como 11º.>
No que de fato interessa ao torcedor do Vitória, o rubro-negro ainda não deu nenhum indício de que vai brigar por algo mais do que escapar do rebaixamento. Apesar da esperança persistir e de o time realmente estar evoluindo seu nível de atuação, basta ver onde o Leão está após cinco jogos de invencibilidade. Houve ganho de confiança e de posicionamento, porém insuficiente para olhar a tabela a partir do topo.>
Levando em consideração a média de 63 pontos, faltaria somar 43 no turno que começa amanhã. Impossível não é, pois o próprio Vitória já fez 44 pontos na primeira metade da Série B de 2012, ano em que terminou com 71 e o acesso garantido. O problema é que entre não ser impossível e tornar palpável há um longo caminho a trilhar.>
O Vitória passou mais de dois terços desta Série B na zona de rebaixamento e jamais esteve no G4. Para subir, precisa, daqui para frente, ser melhor do que o Bragantino foi no primeiro turno. Para não cair, basta seguir no ritmo atual de evolução. Após estancar a sangria da defesa, o time tende a ser mais estável e fazer partidas equilibradas. Não se espera brilhantismo, mas a competitividade dos jogos recentes.>
Herbem Gramacho é editor de Esporte.>