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Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2014 às 04:28
- Atualizado há 2 anos
Façamos alguns exercícios mentais. Primeiro, quantos atletas baianos - excetuando-se o futebol - devem estar presentes na próxima Olimpíada, no Rio, em 2016? O número é relativo, já que depende de índices e resultados do próximo um ano e meio. Mas a mais importante é a segunda pergunta: quantos deles treinam na Bahia?>
Poucos, muito poucos. De cabeça, dos favoritos a conquistar uma vaga nos Jogos, apenas Allan do Carmo, da maratona aquática, e o pessoal do boxe (Éverton Lopes, Robson Conceição, Robenilson de Jesus, Erica Matos e Adriana Araújo) treinam em solo baiano. Erlon Souza e o bicampeão mundial Isaquias Queiroz (canoagem), Ricardo (vôlei de praia), Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Diego Santos (judô) e até a para-atleta Verônica Almeida (natação) se prepararam para suas competições fora do estado. Ainda posso citar Gemerson e Isabela, atletas que serviram à seleção brasileira de basquete masculina e feminina, já fora da Bahia desde as categorias de base do esporte.>
A realidade é que, apesar da Bahia ser a 8ª maior economia do país, não se investe na preparação de talentos por aqui. No máximo, o dinheiro chega depois que o atleta já se desdobrou para conseguir um resultado expressivo. Falta estrutura. E muita.>
Hoje, Salvador não conta com uma piscina de 50m e muito menos um ginásio em condições de receber uma seleção brasileira de vôlei ou basquete para um jogo de alto nível. No caso dos esportes aquáticos, é o cúmulo do absurdo um atleta como Allan do Carmo, que pode conquistar o título do circuito mundial de maratonas aquáticas no próximo dia 12, treinar todos os dias numa piscina de 25m que também serve ao cidadão comum que quer praticar esporte.>
Atualmente, mesmo contando com diversos parceiros, Allan recebe um apoio financeiro quase quatro vezes menor que Ana Marcela Cunha - ela treina em São Paulo.>
Nos esportes coletivos, a Bahia nunca teve um time no Novo Basquete Brasil (NBB), enquanto o Ceará e Espírito Santo constantemente disputam a competição. No feminino, o Sport, de Recife, foi campeão brasileiro em 2012/13 e vice na última temporada. Em ambas as temporadas, o Maranhão Basquete teve boa participação. O máximo que chegamos foi a uma espécie de 2ª divisão do NBB, com o time da FTC. Na Superliga de vôlei, idem. Na versão masculina, times de Santa Catarina, principalmente, e Paraná fazem bom papel. Na feminina, o Maranhão também possui uma equipe disputando. Quando é que esse cenário tenebroso do esporte local irá mudar? Confesso que não nutro qualquer perspectiva de ver isso a curto/médio prazo.>
UFC No dia 8 de novembro, o UFC realiza um evento em Uberlândia. Barueri, Natal e Jaraguá do Sul (SC) também já receberam os maiores atletas de MMA do mundo. Salvador? Difícil. Só de lutadores baianos ou que adotaram a Bahia são nove: Júnior Cigano, Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro, Amanda Nunes, Hugo Wolverine, Bruno Carioca, Edmilson Kevin, Valmir Bidu, além de Lyoto Machida, soteropolitano radicado no Pará. Outro baiano, Ednaldo Lula, já fez parte da organização.>
Mas a terceira maior cidade do país não conta com uma estrutura boa o suficiente para receber uma edição do UFC. Esse, inclusive, foi um dos motivos para o fim do WFE Platinum , que chegou a ser considerado como um dos maiores eventos nacionais do esporte. Quem perde? Os baianos apaixonados pelo esporte, principalmente.Bem-vinda Estive ausente desta coluna nas duas últimas semanas por conta do nascimento da minha primeira filha, Luísa, a quem dedico o espaço de hoje.>